Coroinha Kauê Leônidas foi morto por esganadura em festa de aniversário em Maceió, aponta Polícia Civil
Jovem de 18 anos participava de comemoração no bairro de Ipioca quando foi assassinado; padrasto de uma das aniversariantes, já preso por tentativa de homicídio, é apontado como autor do crime

O coroinha Kauê Leônidas, de 18 anos, foi assassinado por esganadura durante uma festa de aniversário no bairro de Ipioca, em Maceió. A conclusão é da Polícia Civil de Alagoas, que identificou como suspeito o padrasto de uma das aniversariantes, um homem de 33 anos com histórico de agressividade e uso de drogas.
Segundo a delegada Tacyane Ribeiro, responsável pelo caso, Kauê foi convidado para a festa por uma colega de escola e era conhecido apenas por ela. Durante a comemoração, houve consumo de bebidas alcoólicas, e o jovem, já embriagado, foi colocado para descansar em um dos quartos da casa, identificado como “suíte 3”, por volta de 1h55 da madrugada.
Entre 2h30 e 2h50, uma discussão generalizada provocou o fim da festa. Parte dos convidados deixou o local, mas o suspeito — padrasto de uma das aniversariantes — permaneceu no imóvel. “O esvaziamento coincide com a estimativa do legista, que apontou o horário provável do óbito de Kauê entre 3h e 4h da manhã. Após depoimentos e denúncias anônimas, descobrimos que o indiciado estava consumindo cocaína no banheiro da suíte 3. Ele tem problemas com drogas, apresentava comportamento agressivo e provavelmente não aprovava o relacionamento entre a aniversariante e o Kauê”, explicou a delegada.
A polícia acredita que o ciúme e o uso de drogas tenham motivado o crime. “Acreditamos que o efeito da cocaína tenha potencializado o incômodo do suspeito com o relacionamento dos dois. Também há indícios de que ele se irritou com um olhar de Kauê durante o momento em que servia uma bebida”, acrescentou Tacyane.
O homem negou envolvimento e afirmou não fazer uso de entorpecentes. Disse ainda que Kauê teria sido visto com outro homem no banheiro, versão descartada após análise toxicológica. “É impossível que ele tenha se levantado sozinho. É um indivíduo dissimulado e agressivo”, completou a delegada.
De acordo com a perita criminal Camila Valença Lins, o trabalho técnico foi prejudicado pela interferência na cena do crime. “As pessoas tentaram prestar socorro à vítima e removeram o corpo antes da chegada da polícia. Além disso, a casa foi limpa e reorganizada, o que comprometeu parte da perícia”, explicou.
Kauê, coroinha da Paróquia Nossa Senhora do Ó, morreu em dezembro de 2024. Inicialmente, acreditava-se que ele havia sofrido um mal súbito durante uma festa em Paripueira, mas o laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou asfixia por esganadura, caracterizando o caso como homicídio.
O suspeito, que já cumpria pena por tentativa de homicídio, segue preso no sistema prisional alagoano enquanto o inquérito prossegue na Delegacia de Homicídios da capital.