MERCADO

Ouro bate recorde acima de US$ 4.000 por onça com juros em queda, dólar fraco e tensão global

Publicado em 08/10/2025 às 03:36
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O ouro ultrapassou US$ 4.000 por uma vez e atingiu um recorde histórico, impulsionado por incertezas econômicas e geopolíticas, expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Fed e forte demanda por ativos seguros. A valorização reflete compras de bancos centrais e queda do dólar.

O ouro ultrapassou a marca histórica de US$ 4.000 (R$ 20.680) por uma vez na quarta-feira, refletindo o aumento da demanda por investidores considerados seguros em meio à crescente instabilidade econômica e geopolítica. A expectativa de novos cortes nas taxas de juros pela Reserva Federal (Fed) também contribuiu para o movimento. Às 02h13 GMT (23h13 no horário de Brasília), o ouro à vista subia 0,5%, cotado a US$ 4.002,53 (R$ 20.693), enquanto os contratos futuros para dezembro avançavam para US$ 4.025 (R$ 20.805).

Com alta acumulada de 52% no ano — depois de já ter subido 27% em 2024 — o ouro reforça seu papel tradicional como reserva de valor em tempos de incerteza. Segundo a Reuters, o trader independente Tai Wong, o mercado está tão confiante que já mira o próximo marco simbólico: US$ 5.000 (R$ 25.850) por uma vez, especialmente se o Fed mantiver a trajetória de cortes nas taxas. Ele alerta, porém, que fatores como uma possível subida no Oriente Médio ou na Ucrânia podem trazer esse avanço.

Ainda assim, os fundamentos que sustentam a valorização do ouro permanecem: dívida pública crescente, diversificação das reservas internacionais, compras robustas por bancos centrais, entrada de recursos em fundos de ouro e a fraqueza do dólar. Esses elementos, segundo analistas, devem continuar influenciando o mercado no prazo médio, mesmo diante de geopolíticas eventuais.

A paralisação do governo dos Estados Unidos, que chegou ao sétimo dia de terça-feira (7), também teve impacto. Com a suspensão da divulgação de dados econômicos oficiais, os investidores passaram a recorrer a fontes alternativas para estimar o ritmo e a intensidade dos cortes de juros. Atualmente, o mercado precifica uma redução de 25 pontos-base na reunião do Fed deste mês, com outro do mesmo tamanho previsto para dezembro.

A política de instabilidade em países como França e Japão também tem impulsionado a busca por ouro como proteção. Além disso, o chamado “medo de ficar de fora” está levando os investidores a comprar o metal mesmo com os preços elevados, o que, segundo Giovanni Staunovo, analista do UBS que falou à apuração da mídia britânica, está amplificando ainda mais o movimento de alta.


Por Sputinik Brasil