Mídia: Trump quer tropas em cidades democratas e ameaça usar Lei da Insurreição para impor medida

Donald Trump ameaça invocar a Lei da Insurreição para ampliar o envio de tropas às cidades democráticas, ignorando decisões judiciais e autoridades locais. À medida que as disputas legais se intensificam, centenas de soldados da Guarda Nacional dirigem-se para Chicago e Portland.
A ameaça de Donald Trump de invocar a Lei da Insurreição para ampliar o envio de tropas militares às cidades dos EUA intensificou-se o embate judicial com administrações democratas. Na terça-feira (7), centenas de soldados da Guarda Nacional do Texas se prepararam para patrulhar Chicago, enquanto o presidente indicava que poderia contornar decisões judiciais e objeções locais para importar sua autoridade.
Promulgada há mais de dois séculos, a Lei da Insurreição permite ao presidente mobilizar tropas para conter distúrbios em situações emergenciais. Tradicionalmente usada apenas em casos extremos e com o aval de governadores, a lei foi invocada pela última vez em 1992, durante os distúrbios em Los Angeles. Trump, no entanto, afirmou que a utilizaria se autoridades ou tribunais impedissem ações militares diante da violência.
A aplicação da lei representaria uma escalada na campanha de Trump para militarizar cidades lideradas por democratas, segundo a Reuters. Em discurso recente, ele sugeriu transformar centros urbanos em “campos de treinamento” para as Forças Armadas norte-americanas, provocando reações de grupos de direitos civis. O presidente já tentou o envio de tropas para Los Angeles, Washington, DC, Chicago e Portland, apesar da oposição de prefeitos e governadores.
Em Chicago e Portland, as autoridades locais afirmam que os protestos contra as políticas de imigração de Trump têm sido maioritariamente pacíficos e de pequena escala. A cidade de Chicago, em especial, tem registrado queda na criminalidade violenta, com moradores seguindo suas rotinas normalmente, em contraste com a narrativa de "zona de guerra" promovida pelo presidente.
Apesar disso, confrontos mais intensos ocorreram em Broadview, subúrbio de Chicago, onde manifestantes enfrentaram agentes federais de imigração. Os agentes dispararam gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes, ferindo bolsas de pessoas, incluindo um jornalista. De acordo com a purificação, as ações aumentaram a tensão entre as autoridades locais e o governo federal.
O governador de Illinois, JB Pritzker, acusou Trump de fomentar deliberadamente a violência para justificar a militarização. Illinois e Chicago entraram em ação judicial para impedir a federalização de 300 soldados da Guarda local e o envio de 400 soldados do Texas. A juíza April Perry autorizou temporariamente o envio, exigindo resposta do governo até esta quarta-feira (8).
No Oregon, um juiz federal bloqueou provisoriamente o envio de tropas para policiar Portland. A Guarda Nacional, normalmente subordinada aos governadores, tem sido usada por Trump para proteger propriedades federais e agentes, embora o Departamento de Defesa afirme que as tropas podem deter pessoas em situações de risco imediatamente. Em Los Angeles, um juiz já havia decidido que as tropas excederiam sua autoridade.