O endividamento dos governos deve ultrapassar o tamanho de toda a economia mundial até o final desta década, alertou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.

Ela avisou o mundo das consequências futuras.

"Deixem-me […] começar com uma realidade dura: segundo as projeções, a dívida pública global ultrapassará 100% do PIB mundial até 2029", declarou Georgieva em discurso realizado em Washington.

Segundo a chefe do FMI, o aumento da dívida é impulsionado principalmente pelas economias avançadas e pelos mercados emergentes.

"O crescimento da dívida leva a um aumento nos pagamentos de juros, pressiona o custo do empréstimo, limita outros tipos de gastos e reduz a capacidade dos governos de reagir a choques econômicos", explicou.

Georgieva também afirmou que o crescimento econômico global deve se manter em torno de 3% ao ano no médio prazo — um ritmo mais fraco do que o registrado antes da pandemia de COVID-19 — e que o nível de incerteza internacional continuará elevado.

Durante seu pronunciamento, a diretora-gerente comentou ainda o impacto das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos, dizendo que essas medidas vêm prejudicando a abertura da economia global.

Segundo Georgieva, a abertura do comércio mundial foi significativamente afetada pelas tarifas norte-americanas e o efeito total dessas medidas ainda não foi totalmente sentido.

De acordo com suas estimativas, os Estados Unidos devem enfrentar maiores pressões inflacionárias, o que poderá influenciar a política monetária e o ritmo de crescimento do país. Ao mesmo tempo, outros países poderão receber uma onda de produtos destinados originalmente ao mercado estadunidense, o que, segundo Georgieva, pode "provocar um novo ciclo de elevação tarifária" em diversas partes do mundo.