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EUA precisam adotar medidas sustentadas para abordar o déficit do governo, diz diretora do FMI

Publicado em 08/10/2025 às 13:20
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A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que os Estados Unidos precisam adotar medidas sustentadas para endereçar o déficit do governo. A máquina pública norte-americana enfrentou o seu oitavo dia de paralisação após democratas e republicanos não chegarem a um consenso sobre o financiamento da dívida, o que levou ao encerramento.

“Os EUA precisam adotar medidas para abordar o déficit do governo federal, observando que a relação dívida federal/PIB está em um caminho para ultrapassar seu recorde histórico após a Segunda Guerra Mundial”, alertou, em discurso que antecede as reuniões anuais do organismo, que acontecem em Washington, nos Estados Unidos, na semana que vem. “Precisamos de ação sustentada que vá além dos gastos discricionários”, reforçou.

Uma segunda recomendação do Fundo aos EUA é a implementação de medidas para aumentar a poupança doméstica. Como exemplo, Georgieva especializou-se na expansão dos planos existentes que oferecem tratamento fiscal favorável para poupança para aposentadoria, entre outros possíveis ajustes de política fiscal.

Já na China, onde a poupança privada é "cronicamente alta" e a demanda doméstica é

contido por um ajuste prolongado do setor imobiliário e pressão deflacionária, o FMI recomenda a "expansão fiscal transitória e a recomposição fiscal permanente". “A China precisa de um pacote fiscal-estrutural para contribuição o consumo privado, transitar para um novo modelo de crescimento e reaquecer sua economia”, avaliou a diretora-geral do Fundo.

Segundo ela, o pacote da China deve incluir mais gastos em redes de segurança social e revisão do setor imobiliário, e menos em política industrial. O FMI estima os custos em 4,4% do PIB por ano.

Quanto à Alemanha, sua recente mudança estrutural para uma política fiscal mais expansiva, que deve ajudar a reduzir ou superávit em conta corrente, mostra que correções podem ser feitas, conforme Georgieva.

Segundo ela, o gasto público em infraestrutura, ao melhorar os incentivos para o investimento privado doméstico, será especialmente benéfico enquanto o país busca injetar novo dinamismo no setor empresarial.

Consolidação fiscal

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional reforçou o alerta à necessidade de países riscos e pobres adotarem reformas que levem à consolidação fiscal.

A dívida pública global foi projetada para ultrapassar 100% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial até 2029, liderada por economias avançadas e de mercados emergentes, calculada o organismo, com sede em Washington, nos Estados Unidos.

"A consolidação fiscal é necessária em países ricos e pobres. A consolidação é difícil como muitos dos episódios recentes de análise social", avaliou Georgieva.

Segundo ela, é possível que os países reduzam seus déficits de forma significativa com um plano fiscal que seja bem planejado, comunicado e implementado.

Georgieva também alertou para a necessidade de os governos diminuirem os desequilíbrios de conta corrente. “Esses desequilíbrios podem desencadear uma ocorrência protecionista, e sendo espelhados por fluxos de capital líquido, podem riscos alimentares de estabilidade financeira”, avaliou.