O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira (9) que o ex-presidente Fernando Collor de Mello receba visitas em sua residência, onde cumpre pena em regime de prisão domiciliar. A decisão permite a entrada dos empresários Antônio Márcio Britto Rapôso, Nadim Haddad e Mônica de Oliveira Haddad.

Segundo o despacho, o casal Haddad poderá visitar Collor nesta sexta-feira (10), enquanto Rapôso está autorizado a encontrá-lo na próxima segunda-feira (13). O ex-senador está em prisão domiciliar desde maio, após laudos médicos atestarem que ele sofre de Transtorno Afetivo Bipolar e Doença de Parkinson — condição que levou o STF a conceder o regime humanitário.

Condenado a oito anos e dez meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Collor foi sentenciado em um processo oriundo da Operação Lava Jato. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), entre 2010 e 2014, ele teria usado sua influência política para indicar e manter diretores na BR Distribuidora, recebendo cerca de R$ 20 milhões em propina em troca de favorecimentos em contratos irregulares.

Além da prisão domiciliar, Alexandre de Moraes determinou que o ex-presidente use tornozeleira eletrônica e seja monitorado por relatórios diários sobre sua rotina. A decisão reacende o debate sobre os critérios adotados para a concessão de regimes diferenciados a condenados por crimes de colarinho branco, especialmente quando se trata de figuras públicas de destaque.