GUERRA

Palestinos voltam a bairros destruídos e Israel se prepara para libertar reféns

Publicado em 11/10/2025 às 18:58

O cessar-fogo em Gaza completou neste sábado (11) seu segundo dia, com milhares de palestinos voltando a bairros destruídos e Israel se preparando para libertar 48 reféns na segunda-feira (13).

Cerca de 200 militares dos Estados Unidos chegaram a Israel para monitorar o acordo com o Hamas. Eles devem instalar um centro para coordenar a entrada de ajuda humanitária e ações logísticas e de segurança. "Este esforço será feito sem tropas americanas em solo em Gaza", disse o almirante Brad Cooper, chefe do Comando Central dos EUA.

O enviado americano Steve Witkoff e Jared Kushner, genro do presidente Donald Trump, discursaram em uma manifestação em Tel Aviv. "Aos reféns, nossos irmãos e irmãs, vocês estão voltando para casa", afirmou Witkoff à multidão. Kushner disse que a libertação está prevista para segunda-feira e que o governo acredita que cerca de 20 reféns permanecem vivos.

Uma cópia do acordo de cessar-fogo obtida pela Associated Press mostra que o Hamas deve informar, em até 72 horas, sobre corpos de reféns não liberados. Israel, por sua vez, deve fornecer dados sobre restos mortais de palestinos mantidos sob custódia. A troca será mediada por intermediários e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, sem cerimônias públicas ou cobertura da imprensa.

Israel deve libertar cerca de 250 prisioneiros palestinos e 1,7 mil pessoas detidas em Gaza nos últimos dois anos sem acusação formal. O Serviço Penitenciário informou que os prisioneiros foram transferidos para instalações nas prisões de Ofer e Ktzi'ot, onde aguardam decisão do governo.

Organizações humanitárias pediram a Israel que reabra mais passagens para a entrada de alimentos e suprimentos. Uma autoridade da ONU disse que Israel autorizou o aumento das entregas a partir de domingo (12). O Programa Mundial de Alimentos informou que está pronto para restabelecer 145 pontos de distribuição, e cerca de 170 mil toneladas de alimentos estão em países vizinhos aguardando liberação. Persistem dúvidas sobre quem administrará Gaza após a retirada das tropas israelenses e se o Hamas cumprirá a exigência de se desarmar. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que Israel poderá retomar a ofensiva se o grupo não cumprir o acordo.

Um funcionário do hospital Shifa, em Gaza, informou que 45 corpos foram retirados dos escombros nas últimas 24 horas. Segundo ele, as vítimas estavam desaparecidas havia dias ou semanas.

O plano apresentado por Trump prevê que Israel mantenha presença militar indefinida em parte de Gaza, próxima à fronteira, enquanto uma força internacional composta por tropas de países árabes e muçulmanos ficaria responsável pela segurança interna. O presidente do Egito, Abdel-Fattah el-Sissi, defendeu que a missão seja autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU.

O Exército israelense informou que continuará operando nos cerca de 50% do território de Gaza que ainda controla, de forma defensiva, após recuar para as linhas acordadas.

A guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas invadiram Israel, matando cerca de 1,2 mil pessoas e fazendo 250 reféns. Na ofensiva israelense, mais de 67 mil palestinos morreram em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, que diz que metade das vítimas eram mulheres e crianças. A ONU considera esses dados a estimativa mais confiável. A guerra desencadeou novos conflitos na região, protestos em vários países e acusações de genocídio, negadas por Israel. Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.