A Associação Nacional de Jornais (ANJ) homenageará o Instituto Palavra Aberta com o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa de 2025, em cerimônia no dia 4 de dezembro, no auditório da ESPM-TECH, em São Paulo, das 10h às 12h30. A homenagem celebra os 15 anos de atuação do instituto na defesa da liberdade de expressão, da liberdade de imprensa, do acesso à informação e do combate à desinformação por meio da educação midiática, reconhecendo sua trajetória como referência nacional na proteção do jornalismo, na promoção da cidadania informacional e no incentivo a práticas voltadas a uma sociedade mais justa e plural.

“Ao longo de seus 15 anos, o Palavra Aberta se tornou uma das principais instituições em defesa da liberdade de expressão e de imprensa no Brasil. E foi além, atuando também de forma estrutural contra a desinformação, ao estender sua abrangência para a cada vez mais necessária educação midiática”, diz Marcelo Rech, presidente-executivo da ANJ. “Desde sua criação, o Palavra Aberta tem tido o apoio da ANJ, mas faltava ainda o reconhecimento formal sobre o extraordinário trabalho em defesa da liberdade liderado pela Patricia Blanco com sua equipe”, destaca.

Conhecimento preserva direitos

Fundado em fevereiro de 2010 por quatro associações — Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER), Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) e Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP), atualmente ABAP - Espaço de Articulação Coletiva do Ecossistema Publicitário — o instituto consolidou-se como referência essencial na proteção das liberdades, na promoção do acesso à informação de qualidade e na busca por um ambiente digital seguro, marcado pela verdade e pelo conhecimento.

Em artigo publicado pela Folha de S.Paulo, Patricia Blanco, presidente do instituto, lembra que, ao longo dos últimos 15 anos, houve uma ampliação sem precedentes do universo informacional, com mais espaços e participação no debate público. ’Nunca tivemos tanta liberdade. Mas também surgiram desafios: polarização política, desinformação e falta de confiança nas instituições têm colocado dúvidas sobre os limites da liberdade de expressão, tornando ainda mais importante o papel do Palavra Aberta. Uma sociedade educada midiaticamente se torna apta não apenas a usufruir dos seus direitos fundamentais, mas também a defendê-los e preservá-los.”

Ao longo de sua trajetória, o Palavra Aberta tem fomentado debates sobre liberdades de imprensa e de expressão, alertado para os riscos da desinformação e promovido iniciativas de valorização dos princípios democráticos, reunindo jornalistas, pesquisadores, parlamentares e magistrados.

Liberdade com responsabilidade


O engenheiro civil, escritor e jornalista brasileiro, integrante do grupo que fundou o Palavra Aberta e do atual Conselho Consultivo do instituto, Roberto Muylaert, afirma que, na época da criação do instituto, as entidades fundadoras decidiram se unir de forma mais enfática na busca por mais eficiência na defesa das liberdades de imprensa e de expressão. ’A verdade é que esse tipo de censura era muito comum, mas reduziu muito justamente por causa das reações de entidades como o Palavra Aberta”, disse em entrevista ao instituto.

Sobre o papel da entidade diante da desinformação, Muylaert enfatiza que, hoje, há excessos informacionais e propagação massiva de desinformação. ’Nesse contexto, o trabalho do Palavra Aberta se torna decisivo, seja defendendo o jornalismo profissional, seja promovendo a educação midiática, ajudando as pessoas a separarem o joio do trigo e a exercerem suas liberdades com responsabilidade.”

Combate à desinformação

A superintendente/presidente do Grupo Folha, membro do Comitê de Gestão do Grupo UOL, conselheira fundadora e integrante do Conselho Diretor do Palavra Aberta, Judith Brito, reforça, também em entrevista ao instituto: “O Palavra Aberta, que já era muito importante na defesa das liberdades de imprensa e de expressão, acabou se tornando ainda mais relevante com o tempo. Hoje, além de continuar sua missão original, o instituto tem um papel fundamental na educação midiática, capacitando cidadãos para o uso responsável e crítico das informações.”

O vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo e presidente da Associação Internacional de Radiodifusão, Paulo Tonet Camargo, observa que o Palavra Aberta também tem sido muito ativo na defesa do direito de anunciar dentro das práticas de publicidade responsável e comprometida com a realidade e a verdade. Mas, para ele, a grande contribuição do instituto atualmente vem de sua capacidade transformadora na educação, algo que ainda não está na agenda da maior parte do país. ’Temos que explicar para a sociedade, especialmente para os jovens, crianças e adolescentes, como é que se consome essa publicidade, e como é que se vacina contra as fake news”, afirmou em conversa com a equipe do Palavra Aberta.

Inclusão digital e cidadania informacional

Principal programa de educação midiática do país, o EducaMídia foi criado em 2019 pelo Palavra Aberta, com apoio do Google, para capacitar professores das redes de ensino em diversos estados do Brasil, e seu sucesso resultou na ampliação de públicos. O programa ensina a identificar informações falsas, a valorizar fontes confiáveis e a utilizar os meios digitais de forma segura e responsável.

Atualmente também desenvolve projetos especiais voltados para a educação midiática e o uso consciente da internet para famílias brasileiras, além de manter um programa específico para pessoas com mais de 60 anos, promovendo inclusão digital e cidadania informacional. O EducaMídia contribui para a formação de uma audiência crítica, capaz de valorizar o jornalismo de qualidade e exercer a liberdade de expressão com responsabilidade, reforçando a missão do instituto de promover uma sociedade mais bem informada e democrática.

Painel “IA e o futuro do jornalismo”

Após a solenidade de entrega do prêmio, haverá o painel sobre “IA e o futuro do jornalismo”, coordenado por Marta Gleich (diretora-executiva de Jornalismo e Esporte do Grupo RBS). Participarão do debate: Sérgio Dávila (Diretor de Redação da Folha de S.Paulo); Eurípedes Alcântara (Diretor de Jornalismo de O Estado de S.Paulo); Alan Gripp (Diretor de Redação do jornal O Globo) e Patricia Blanco. Os executivos vão debater o impacto da inteligência artificial no jornalismo, os desafios da produção de informação de qualidade e o papel das instituições na defesa da liberdade de imprensa e de expressão em um cenário de inovação tecnológica e desinformação.

SERVIÇO - CERIMÔNIA DE ENTREGA DO PRÊMIO ANJ DE LIBERDADE DE IMPRENSA 2025

Dia 04 de dezembro de 2025
Das 10h às 12h30
No auditório da ESPM TECH: R. Joaquim Távora, 1240 - Vila Mariana, São Paulo - SP