O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), passou por exames médicos nesta quarta-feira (16) após sofrer uma queda de pressão arterial. Ele foi atendido no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, e segue em observação, segundo informações preliminares.

O episódio ocorre a poucos dias de sua aposentadoria oficial da Corte, marcada para o próximo sábado (19). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta quarta-feira o decreto que concede a aposentadoria antecipada ao magistrado, publicado em edição extra do Diário Oficial da União.

Saída antecipada do Supremo

Aos 67 anos, Barroso poderia permanecer no STF até 2033, quando completaria 75 anos, idade-limite para aposentadoria compulsória. No entanto, o ministro optou por deixar o cargo antes do prazo, alegando o desejo de reduzir a exposição pública e se dedicar a projetos pessoais, como literatura e poesia.

“Sinto que agora é hora de seguir outros rumos, ainda não definidos”, declarou Barroso em pronunciamento no plenário do Supremo.

A decisão foi tomada logo após o término de seu mandato como presidente do STF, encerrado em 29 de setembro, e ocorre em meio a um período de tensão institucional e ataques a membros da Corte.

Sanções e sucessão

Barroso foi um dos ministros brasileiros alvo de sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos, incluindo a revogação de seu visto norte-americano, em meio à escalada de conflitos diplomáticos entre Brasília e Washington.

Com sua aposentadoria, o presidente Lula deverá indicar um novo nome para o Supremo. Nos bastidores, o advogado-geral da União, Jorge Messias, é apontado como o favorito à vaga, embora parte dos ministros da Corte manifeste preferência pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O STF ainda não divulgou boletim médico oficial sobre o estado de saúde de Barroso, mas interlocutores próximos afirmam que o ministro está bem e em recuperação.