O Instituto Plataforma Brasil (IPB) acaba de lançar o curso online “Lendo e Escrevendo com Anne Frank”, destinado a educadores e educadoras que fazem a mediação da exposição física homônima. Tratam-se de vídeos especialmente produzidos para o curso, que dão o embasamento necessário para uma rica mediação sobre o tema. O curso é gratuito.

O foco é capacitar os participantes para tratar o tema principal, que é o incentivo à leitura e à escrita a partir do exemplo de Anne enquanto escritora. “É uma oportunidade de inspirar jovens a refletirem sobre respeito e liberdade por meio das palavras, transformando a leitura em consciência e a escrita em ação”, diz a presidente do IPB, Joëlke Offringa.

O IPB é o representante oficial no Brasil da Anne Frank House, entidade fundada por Otto Heinrich Frank, pai de Anne. Existem exposições sobre Anne Frank, organizadas pelo IPB e seus núcleos de Minas Gerais e Piauí, que circulam o país em escolas e demais espaços educativos e culturais.

O curso está disponível no Campus Anne Frank, a área logada de cursos do Centro Anne Frank Educação, uma plataforma educacional gratuita do Programa Educativo Anne Frank. Apoiada no tripé Recordar/Refletir/Reagir como princípio pedagógico, a plataforma disponibiliza materiais que, além de sensibilizar, engaja os jovens num processo que se inicia com o respeito pelas singularidades e com a valorização da diversidade.

Você pode acessar o curso por meio deste link: https://online.ipbrasil.org/cursos

Anne Frank

A história da jovem Anne Frank é conhecida em todo o mundo. Durante a 2ª Guerra Mundial ocorria o Holocausto em países da Europa, com perseguição de judeus e outros grupos vulnerabilizados. A família de Anne era judia. Para se esconderem dos alemães nazistas, ela, seus familiares e amigos ficaram abrigados no sótão de uma casa, em Amsterdam (Holanda). Anne tinha um diário e relatava o que ocorria no local onde estavam sobrevivendo. Entretanto, após dois anos escondidos, eles foram delatados e enviados para campos nazistas. De todos que residiram no esconderijo, apenas o pai de Anne sobreviveu. Ao encontrar o diário da filha, resolveu publicá-lo e a obra se transformou em um dos livros mais lidos do mundo, o “O Diário de Anne Frank”.

O conteúdo do curso e os vídeos foram produzidos por:

Jurmet Huitema-de Waal

Coordenadora de Projetos Educacionais na Anne Frank House, em Amsterdã (Holanda). Atua no desenvolvimento e implementação de programas internacionais voltados à educação para os direitos humanos, combate à discriminação e preservação da memória de Anne Frank. Tem ampla experiência em projetos de formação docente e na adaptação da metodologia da Anne Frank House a diferentes contextos culturais.

Andréa Cristina Ferreira de Almeida

Graduada em Psicologia e pós-graduada em Psicopedagogia, iniciou sua trajetória na educação pública em 1992, ao ser aprovada em concurso e assumir o cargo de professora do ensino fundamental na Rede Municipal de Belo Horizonte. Com 27 anos de experiência, atuou na coordenação de projetos pedagógicos, direção de escolas de ensino fundamental e educação infantil, e integrou a Equipe de Apoio à Inclusão da Pessoa com Deficiência da Regional Pampulha.

Foi uma das fundadoras do trabalho com o legado de Anne Frank na Escola Municipal Anne Frank, de onde surgiu o Núcleo Anne Frank Minas Gerais. Atualmente, é secretária e coordenadora de projetos do Núcleo.

Sandra Mara de Oliveira Vicente

Professora aposentada das redes municipais de Belo Horizonte e Contagem, Sandra Mara foi a vencedora do 1º Prêmio Anne Frank de Direitos Humanos no Brasil, em reconhecimento à sua atuação transformadora ao longo de 27 anos como professora e diretora da Escola Municipal Anne Frank. É fundadora e atual presidente do Núcleo Anne Frank Minas Gerais.

Autora das obras “Reflexões para o Ensino do Holocausto: Memória, Educação Cidadã e Direitos Humanos” e “Aprendendo com Anne Frank – Histórias que Ensinam Valores”, produzidas em parceria com a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Sua trajetória é marcada pelo compromisso com a educação inclusiva, a valorização da memória e a promoção da cultura de paz.

Moacir Fagundes de Freitas

Mestre em História, educador e autor da metodologia do “Boneco Espelhado”, voltada ao desenvolvimento da empatia e do reconhecimento das diferenças a partir da perspectiva de Anne Frank e dos direitos humanos. Foi também um dos iniciadores do trabalho com Anne Frank na Escola Municipal Anne Frank, em Belo Horizonte, e coautor da história em quadrinhos “Anne Frank no Bairro Confisco”, criada com os alunos da escola.

O projeto, que estimulou os estudantes a resgatar a identidade comunitária do bairro por meio das histórias de mulheres da vizinhança, foi vencedor do Prêmio Nacional de Educação em Direitos Humanos, concedido pelo Ministério da Educação em 2017.