Militar dos EUA responsável pela América Latina renuncia ao cargo em meio a ações no Caribe

O Secretário de Guerra, Pete Hegseth, anunciou na última quinta-feira (16), que o almirante que lidera as forças militares dos Estados Unidos na América Latina deixará o cargo no final deste ano, dois anos antes do previsto, em uma decisão surpreendente em meio à escalada das tensões com a Venezuela.
De acordo com informações da Reuters, uma fonte familiarizada com o assunto disse que houve tensão entre o almirante Alvin Holsey e Hegseth em relação às operações no Caribe e questionamentos sobre se ele seria demitido nos dias que antecederam o anúncio.
O principal democrata no Comitê de Serviços Armados do Senado, o senador Jack Reed, considerou a renúncia inesperada de Holsey preocupante, dados os crescentes temores de um potencial confronto dos Estados Unidos com a Venezuela.
"A renúncia do Almirante Holsey apenas aprofunda minha preocupação de que este governo esteja ignorando as lições aprendidas com esforço em campanhas militares anteriores dos EUA e os conselhos de nossos combatentes mais experientes", disse Reed em um comunicado.
Hegseth, em uma publicação nas redes sociais, não divulgou o motivo da saída de Holsey, que é um dos dois oficiais negros de quatro estrelas que lideram um comando de combate dos EUA.
No X, Holsey disse que se aposentaria em 12 de dezembro, mas não deu um motivo.
"Foi uma honra servir nossa nação, o povo americano, e apoiar e defender a Constituição por mais de 37 anos", disse ele.
Ataques militares dos EUA contra supostos barcos de drogas na costa da Venezuela mataram pelo menos 27 pessoas, gerando alarme entre alguns especialistas jurídicos e, principalmente, legisladores democratas, que questionam se eles cumprem as leis de guerra. O governo Trump argumenta que está em guerra com grupos narcoterroristas da Venezuela, o que torna os ataques legítimos.
Na quarta-feira (15), Trump revelou que havia autorizado a CIA a conduzir operações secretas dentro da Venezuela, aumentando as especulações em Caracas de que os Estados Unidos estariam tentando derrubar o presidente Nicolás Maduro.
Por Sputinik Brasil