Jovem esfaqueia treinador em Maceió e alega reação â tentativa de estupro
Menor de 16 anos se entrega à polícia e relata ter reagido a assédio na casa do técnico; defesa fala em legítima defesa e aponta histórico de denúncias contra o agressor
Um caso chocante de violência e denúncias graves está sob investigação da Polícia Civil de Alagoas. Um adolescente de 16 anos se entregou às autoridades na noite da última terça-feira (14), em Maceió, após esfaquear um treinador de uma escolinha de futebol no Conjunto Village Campestre, bairro Cidade Universitária.
O menor, cuja identidade é preservada devido à sua idade, alegou ter sido vítima de tentativa de estupro por parte do treinador e que os golpes de faca foram uma reação em legítima defesa.
A Versão do Adolescente
Em depoimento prestado logo após se apresentar, o adolescente relatou ter sido convidado à casa do treinador e que, logo na entrada da residência, o assédio teria começado. O jovem afirmou ter sido abraçado e, em seguida, beijado pelo técnico, que teria feito promessas sobre uma possível carreira em "clubes grandes do país".
Ainda conforme o relato do adolescente, a agressão ocorreu no momento em que o treinador tentou levá-lo para o quarto. O menor afirmou que reagiu com golpes de faca e que, mesmo após uma tentativa de luta corporal por parte do agressor, ele desferiu outra facada. O estado de saúde do treinador não foi oficialmente divulgado.
Histórico de Assédio
A denúncia do adolescente ganhou reforço com relatos de que o caso pode não ser isolado. Segundo a versão apresentada, o próprio treinador teria admitido a prática com outros jovens. Um colega de time do menor corroborou a versão, explicando que o homem já havia tentado assediar diversos atletas da escolinha.
"Isso aí já aconteceu com diversos atletas do time. Comigo também, eu treinava nesse time até então... Ele já tentou diversas vezes assediar diversos atletas que a gente conhece, não só eles como eu...", afirmou o colega em áudio obtido pela reportagem.
A advogada do adolescente, Alessandra Alícia Calheiros, classificou a atitude do seu cliente como "legítima defesa". A defensora acrescentou que o treinador já teria passagens pela polícia por crimes de assédio contra menores, reforçando a gravidade das acusações.
O caso segue sob sigilo das autoridades devido ao envolvimento de menor de idade. A Polícia Civil de Alagoas continua a investigação para apurar todos os fatos e poderá divulgar novas informações em breve.