Quem era Bárbara Borges, jovem morta por bala perdida em carro de aplicativo no Rio
Bárbara Elisa Yabeta Borges, de 28 anos, foi atingida durante tiroteio entre facções na Linha Amarela. Ela era bancária, casada e compartilhava sua rotina nas redes sociais.
Bárbara Elisa Yabeta Borges, de 28 anos, foi identificada como a mulher morta por uma bala perdida enquanto trafegava no banco traseiro de um carro de aplicativo na Linha Amarela, no Rio de Janeiro, na sexta-feira, 31. O veículo passava pela via no momento em que ocorria um tiroteio entre facções criminosas.
Bárbara chegou a ser socorrida ao Hospital Federal de Bonsucesso, mas não resistiu aos ferimentos.
De acordo com informações do seu perfil no Instagram, Bárbara era natural do Rio, trabalhava em um banco e era casada. Ela completaria três anos de união no próximo mês. Em suas redes sociais, compartilhava fotos de viagens ao lado do marido e registros de atividades físicas, como corrida. Após sua morte, o perfil foi tomado por mensagens de condolências e revolta.
Horas antes de morrer, conforme apurou o portal G1, Bárbara publicou em suas redes sociais um texto ressaltando a importância de valorizar as pessoas e aquilo "que não tem preço":
"Cuide de quem te ama. Cuide de quem te escuta, de quem te espera, de quem te quer bem. Não negligencie o essencial. Porque o que tem preço, a gente recompra. A maioria das coisas que perdemos, a gente recupera, mas pessoas, não. O que tem valor, quando vai embora, leva um pedaço da gente junto. E, acredite, é caro demais perder aquilo que não tem preço", dizia a publicação.
Moradores da região registraram vídeos que mostram a Linha Amarela interditada durante o tiroteio; nas imagens, é possível ouvir os disparos.
Segundo o Hospital de Bonsucesso, um homem também foi ferido no tiroteio. Ele passou por cirurgia e foi transferido para o Centro de Terapia Intensiva (CTI). Até o sábado, 1º, não havia informações atualizadas sobre o estado de saúde dele.
A morte de Bárbara ocorreu na mesma semana da operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro. Na terça-feira, 28, uma megaoperação contra o Comando Vermelho, realizada nos complexos da Penha e do Alemão, deixou ao menos 121 mortos, entre eles quatro policiais.