Retomada de testes nucleares dos EUA é vista como reação desesperada, dizem analistas
Especialistas apontam que decisão dos Estados Unidos pode minar liderança global e aumentar riscos à segurança internacional.
As recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o possível fim de um jejum de 33 anos sem testes com armas nucleares, acenderam o alerta em todo o mundo.
Os professores de relações internacionais Fred Dias e Marcello de Souza Freitas analisaram o tema em entrevista ao podcast internacional da Sputnik Brasil, nesta quarta-feira (3). Ambos destacam que a retomada dos testes atômicos pelos EUA, caso se concretize, seria contraproducente.
Segundo os analistas, ao enfraquecer sua própria liderança, a Casa Branca pode abrir caminho para que Rússia e China ampliem o potencial e a qualidade de seus arsenais nucleares.
Para o professor Marcello Freitas, Trump representa essa fragilidade dos Estados Unidos, que tentam retomar uma posição de poder já perdida. O professor Fred Dias avalia que essa reação é "desesperada e sem cálculo", o que representa riscos à segurança internacional.
De acordo com Freitas, Trump deu um "tiro no pé", e o impacto pode ser ainda maior: "Um gigante acuado pode fazer qualquer coisa, que, no limite, pode inclusive ver que não há alternativa, senão uma confrontação direta mesmo", alerta.
Por Sputnik Brasil