Haddad afirma que aporte aos Correios ainda não está definido e valor deve ser inferior a R$ 6 bilhões
Ministro da Fazenda reforça que decisão sobre socorro financeiro à estatal depende do plano de reestruturação e pode envolver crédito suplementar em 2025.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira, 8, que o Tesouro Nacional segue responsável pelo plano de reestruturação dos Correios.
"Nós sempre estamos condicionando tudo ao plano de reestruturação. Os Correios precisam mudar, precisam ser reestruturados", afirmou Haddad ao ser questionado sobre novas conversas em torno do socorro à estatal. "Está tudo caminhando bem, mas ainda há detalhes a serem acertados."
Sobre a possibilidade de um aporte aos Correios neste ano, o ministro disse: "Até teria, mas não é uma coisa que está decidida". Indagado se o valor seria de R$ 6 bilhões, respondeu: "O valor é inferior a esse, pelo que eu sei, que é algo que está sendo aventado, mas não está decidido".
O presidente da Caixa, Carlos Antônio Vieira Fernandes, também foi visto chegando à Residência Oficial da Câmara, mas Haddad esclareceu que a reunião não era com ele. "Eu não encontrei com ele. Quando ele chegou, eu estava saindo. Então, não chegamos a conversar."
O ministro acrescentou que pode ser enviado um Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) de crédito suplementar para viabilizar parte do aporte aos Correios em 2025.
Em relação à aprovação de um empréstimo à estatal, Haddad destacou: "É uma possibilidade, mas não estamos jogando com uma possibilidade só, por causa da negociação com os bancos".
Na semana passada, Haddad ressaltou que qualquer aporte só será feito dentro das regras fiscais, sendo essa uma das alternativas em análise para uma solução de curto prazo.
Com prejuízo acumulado de R$ 6,05 bilhões até setembro, os Correios buscam captar um empréstimo de R$ 20 bilhões.
Na última terça-feira, 2, o Tesouro Nacional informou que não dará aval ao empréstimo caso as taxas de juros ultrapassem 120% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
De acordo com apuração do Estadão, a proposta dos bancos foi de 136% do CDI. Com essa taxa, a proposta foi recusada, iniciando uma nova rodada de negociações.