Alckmin acredita em início da queda dos juros na próxima reunião do Copom
Vice-presidente destaca impacto dos juros na indústria e defende esforço fiscal para fortalecer economia
O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que a redução da taxa básica de juros, a Selic, deve ocorrer em breve, mas ressaltou que o governo Lula também precisa intensificar o esforço fiscal. A declaração foi dada durante entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, no programa ReConversa, transmitido pelo YouTube.
“Eu estou confiante na questão dos juros, porque a indústria é a mais afetada pela taxa de juros muito alta. (...) Acredito que vai começar a cair a taxa de juros se não agora, na próxima reunião”, disse, referindo-se ao encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que acontece nesta quarta-feira. Alckmin justificou a expectativa citando a queda do dólar e o impacto positivo do clima e da “supersafra” deste ano sobre os preços dos alimentos. “Os juros caindo, a economia floresce mais rápido”, completou.
Em seguida, o vice-presidente destacou os dados recentes de desemprego e inflação no país. “Nós estamos num momento importante, porque quando a inflação está baixa, o desemprego está alto; quando o desemprego está baixo, a inflação está alta. Nós estamos neste momento com 5,4% de desemprego, o menor da série histórica, e com 4,4% de inflação, caindo, isso é raro”.
Alckmin ponderou: “Claro que a gente não deve ficar em berço esplêndido, não. Nós temos que fazer um esforço fiscal maior, a questão das despesas, mas eu diria que o cenário é um cenário positivo”.
Por fim, ele criticou as avaliações sobre a política fiscal do governo, afirmando que muitos ignoram os déficits do governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL). “O governo do nosso Paulo Guedes, o ‘Chicago boy’, conseguiu fazer um déficit de 9,7% do PIB”, afirmou. “Nós temos que começar a fazer superávit agora, para estancar o crescimento da dívida e depois ela começar a cair”.