Dólar avança com cautela antes de decisões do Fed e Copom e atenção à política
Movimento reflete expectativa por cortes de juros nos EUA e incertezas políticas no Brasil, além de indicadores econômicos.
O dólar opera em alta moderada frente ao real na manhã desta terça-feira (9), após encerrar a segunda-feira (8) em baixa. Investidores adotam postura cautelosa na véspera das decisões de juros do Federal Reserve, nos Estados Unidos, e do Copom, no Brasil.
Apesar da expectativa de corte de 0,25 ponto percentual nos juros americanos nesta quarta-feira (10), o mercado volta as atenções para o gráfico de pontos do Fed, o tom do comunicado e as declarações de Jerome Powell, buscando sinais sobre o ritmo e a magnitude dos próximos cortes de juros.
Analistas avaliam que uma flexibilização monetária percebida como politicamente motivada pode enfraquecer o dólar, sobretudo diante da incerteza fiscal e de dúvidas quanto à independência do banco central dos EUA.
No cenário doméstico, a instabilidade política permanece no radar. A sinalização do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) de possível retirada de sua pré-candidatura à Presidência em 2026 contribuiu para uma recuperação parcial do real ontem, após as perdas acentuadas de sexta-feira. Com a abertura para negociações, o mercado passou a apostar no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, visto como defensor da disciplina fiscal e nome competitivo frente ao presidente Lula na corrida ao Planalto.
Na inflação, o IGP-M subiu 0,15% na primeira prévia de dezembro, após alta de 0,48% na leitura equivalente de novembro, sinalizando desaceleração das pressões inflacionárias.
O IPC-S também desacelerou em quatro das sete capitais pesquisadas, e o índice geral reduziu o ritmo de alta de 0,28% no fim de novembro para 0,26% no início de dezembro, segundo a FGV.
O real brasileiro voltará a integrar o WSJ Dollar Index (BUXX), que passará a contar com 17 pares de moedas. O índice mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas ponderada pelo volume de negociações. A reinclusão ocorre porque o par USD/BRL atingiu pelo menos 1% do volume global de câmbio, conforme dados do BIS.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump afirmou considerar ajustes em tarifas sobre produtos específicos, podendo reduzi-las ou aumentá-las conforme necessário para fortalecer a economia.