Pai descobre pela imprensa morte de piloto australiano em queda de avião com 200 kg de cocaína em Alagoas
Timothy James Clark, de 46 anos, morreu no acidente em Coruripe; PF investiga suspeita de tráfico internacional de drogas
A queda de um avião de pequeno porte em Coruripe, no litoral sul de Alagoas, no último domingo (14), expôs um caso que repercute no Brasil e no exterior. A aeronave, que transportava aproximadamente 200 quilos de cocaína, resultou na morte do piloto australiano Timothy James Clark, de 46 anos. A suspeita é de que o voo estivesse ligado a um esquema de tráfico internacional de drogas.
A revelação chocou a família do piloto. Segundo reportagem do Daily Mail, o pai de Timothy, Ray Clark, que vive na região de Melbourne, na Austrália, soube da morte do filho de maneira inesperada: por meio de um contato de jornalistas britânicos que buscavam confirmar a identidade da vítima. Em choque, ele chegou a afirmar acreditar que Timothy estivesse vivo na África do Sul, país onde o filho também possuía vínculos.
Documentos encontrados nos destroços, como carteira de motorista australiana e cartões de clubes sul-africanos, confirmaram a identidade do piloto. O avião, modelo Sling 4, foi registrado na África do Sul em janeiro de 2023 e transferido posteriormente para a Zâmbia. Relatos apontam que a aeronave já havia sido fotografada no Brasil em 2023.
A Polícia Militar informou que o acidente ocorreu por volta das 13h30 de domingo. Os pacotes de droga estavam embalados com o selo “SpaceX”, nome da empresa de foguetes do bilionário Elon Musk, levantando ainda mais questionamentos sobre o transporte ilícito.
Conhecido no setor financeiro australiano, Timothy atuou como diretor e secretário em empresas de investimento, como a Stock Assist Group Pty Ltd e a Bluenergy Asia Pty Ltd.
O Departamento de Relações Exteriores e Comércio da Austrália confirmou a morte do cidadão em território brasileiro e declarou que a embaixada australiana em Brasília acompanha o caso junto às autoridades locais.
A Polícia Federal abriu inquérito para investigar a origem e o destino do voo, que não tinha plano registrado no Brasil. A principal linha de apuração é tráfico internacional de drogas.