Lavrov critica mecanismo de sanções da ONU contra o Irã e diz que objetivo é manter Teerã sob controle
Chanceler russo afirmou que a cláusula de “retorno rápido” da Resolução 2231 foi criada para exercer pressão constante sobre o país
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, criticou nesta sexta-feira (27) o chamado mecanismo de “retorno rápido” previsto na Resolução 2231 da ONU, que trata das sanções contra o Irã. Segundo ele, a essência desse dispositivo é “manter o país constantemente sob controle”.
Durante uma coletiva de imprensa após a semana de alto nível da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Lavrov afirmou que o mecanismo não tem paralelo em outros regimes de sanções e permite que qualquer país submeta uma resolução para estender as restrições. “Mesmo um único país com poder de veto pode bloquear essa resolução, o que significaria que não haveria prorrogação do período de suspensão das sanções”, explicou.
O chanceler classificou o texto como “formulado de maneira deselegante” e disse que ele foi criado “com o único propósito de manter nossos colegas iranianos sob pressão constante e impedi-los de dar um único passo para a esquerda ou para a direita”.
As declarações refletem a posição de Moscou em defesa do programa nuclear iraniano dentro dos parâmetros acordados e em oposição à pressão unilateral exercida por potências ocidentais.