UE se reúne para discutir tarifaço de Trump e represálias
Bloco deve se preparar para todos os cenários, disse comissário
Ministros do Comércio de toda a União Europeia se reúnem nesta segunda-feira (14), em Bruxelas, para discutir a reação ao tarifaço de 30% imposto contra o bloco pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pune um dos principais aliados de Washington no cenário internacional.
A alíquota está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, mas a UE ainda alimenta a esperança de encontrar uma solução negociada para evitar a tarifa.
"Acreditamos que nossa relação transatlântica mereça uma solução negociada que estabeleça as bases para uma nova estabilidade e cooperação.
Por isso mantemos o diálogo aberto com o governo dos EUA", disse o comissário europeu de Comércio e negociador-chefe do bloco para a disputa tarifária, Maros Sefcovic, ao chegar para a reunião em Bruxelas.
"A atual incerteza causada pelas tarifas injustificadas não pode continuar infinitamente, portanto precisamos nos preparar para todos os cenários", acrescentou Sefcovic, que não descartou impor "medidas proporcionais e ponderadas" em represália aos Estados Unidos.
Segundo ele, a UE tem demonstrado "enorme paciência" para evitar uma guerra tarifária que tornaria "impossível" manter o intercâmbio comercial atual entre os dois lados do Atlântico.
O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, defendeu a necessidade de um acordo, mas ressaltou que a União Europeia deve estar "pronta para reagir", inclusive com "novas" medidas de represália além daquelas adiadas até 1º de agosto - o país ocupa a presidência pro tempore da UE.
Enquanto isso, alguns Estados-membros pregam uma resposta dura contra Washington: o ministro da Economia da Áustria, Wolfgang Hattmannsdorfer, pediu medidas contra as chamadas "Big Techs" americanas, enquanto o ministro do Comércio Internacional da França, Laurent Saint-Martin, salientou que não deve haver "tabu" nas discussões sobre as retaliações.
Trump busca reduzir o déficit na balança comercial dos EUA com a UE, que gira em torno de US$ 200 bilhões por ano, porém Bruxelas afirma que a situação é de equilíbrio quando os serviços também entram na conta.