ELEIÇÕES 2026

Mais difícil se eleger: veto de Lula reduz número de vagas na Câmara e Assembleia e eleva exigência de votos em Alagoas

Para conquistar uma cadeira, partidos e federações terão que atingir 212 mil votos para deputado federal e 71 mil para estadual. Assembleia terá 3 cadeiras a menos em 2026

Por Redação Publicado em 27/07/2025 às 17:05

As eleições de 2026 trarão mudanças significativas nas regras do jogo para quem pretende disputar os cargos de deputado estadual e federal em Alagoas. Com o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto que ampliava o número de cadeiras na Câmara dos Deputados, o cálculo do quociente eleitoral ficou mais exigente — e a disputa por vagas será ainda mais acirrada.

Com a manutenção da composição atual da Câmara Federal, os nove assentos de Alagoas não mudarão, mas o número de cadeiras na Assembleia Legislativa do Estado cairá de 27 para 24, como reflexo direto da 

regra que vincula o número de deputados estaduais à bancada federal. Menos vagas significam mais dificuldade para entrar.
Segundo estimativas com base nas projeções de especialistas, os partidos e federações que quiserem eleger deputados em 2026 precisarão alcançar os seguintes patamares:

•Deputado federal: cerca de 212 mil votos;
•Deputado estadual: cerca de 71 mil votos.

O que é o quociente eleitoral?

O quociente eleitoral é a fórmula utilizada para determinar quantos votos um partido ou federação precisa obter para conquistar uma cadeira no Legislativo. Ele é calculado dividindo-se o total de votos válidos pelo número de cadeiras em disputa.

Com menos cadeiras disponíveis e a aplicação rigorosa da regra do quociente, os partidos precisarão somar mais votos em suas chapas completas, e não apenas contar com puxadores de voto. As chamadas “sobras” — que em eleições anteriores permitiram a entrada de candidatos com votação expressiva, mas isolada — não serão mais suficientes.

Disputa mais acirrada em Alagoas

Com a redução de 27 para 24 cadeiras na Assembleia Legislativa de Alagoas, o ambiente político se torna ainda mais competitivo. Partidos menores e candidaturas independentes correm risco real de ficarem de fora. A tendência é de concentração do poder nas grandes legendas, como MDB, PL, PT, PP e PSD, que já dominam o cenário local.

“Agora, quem não tiver estrutura partidária, nominata bem montada e capilaridade estadual dificilmente conseguirá uma cadeira. A disputa por vaga virou uma corrida coletiva, não mais individual”, avalia um analista político ouvido pela Tribuna do Sertão.

Além disso, o cenário exige federações fortes, com coordenação eleitoral integrada, já que a regra do quociente vale tanto para partidos quanto para alianças formalizadas.

Impacto direto nas estratégias eleitorais

Com o novo cenário, os pré-candidatos a deputado estadual e federal precisarão mais do que carisma e presença nas redes sociais. Precisarão de votos e estrutura — e muitos. Chapas com candidatos apenas para “preencher espaço” não serão suficientes. A eleição será decidida por quem conseguir construir bases sólidas de apoio em todo o estado.