O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, minimizou o blecaute que atingiu diversos estados brasileiros na madrugada anterior, negando que o evento possa ser classificado como um apagão ou uma falha do sistema. Silveira defendeu que a interrupção parcial foi controlada de forma eficiente pelo Sistema Interligado Nacional (SIN).

“Nós não tivemos apagão em nosso governo. É um equívoco chamar de apagão um episódio em que não houve interrupção total de energia. Apagão houve em 2021, quando faltou planejamento”, declarou o ministro.

Ele explicou que a interrupção foi causada por um incêndio em um reator na Subestação de Bateias, na região metropolitana de Curitiba (PR), por volta de 0h32. A falha resultou na perda de 10 gigawatts de energia.

“É impossível, em um país das dimensões do Brasil, que não haja interrupções. Isso acontece em qualquer subestação. (...) O sistema funcionou tão bem que impediu que hospitais fossem atingidos”, argumentou Silveira, que ressaltou que o fornecimento foi restabelecido em cerca de uma hora e meia, com normalização total até o fim da madrugada.

A interrupção afetou, em São Paulo, 937 mil consumidores da Enel e, no Rio de Janeiro, 450 mil clientes da Light.

Audiência na Câmara e Relações Internacionais

O ministro participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), para responder a questionamentos da oposição sobre diversos temas.

As denúncias incluíam um suposto esquema de fraude com petróleo venezuelano, uma proposta de cooperação nuclear com Rússia e China e os gastos socioambientais da Itaipu Binacional. Silveira negou todas as irregularidades, garantindo que o ministério atua em conformidade com os acordos internacionais e com os órgãos de fiscalização brasileiros.

Silveira também comentou o recente contato telefônico entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, e destacou que foi convidado a discutir pela primeira vez com o ministro de Minas e Energia dos Estados Unidos, sinalizando a retomada do diálogo bilateral.