A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados pretende concluir, ainda em novembro, o processo que avalia a cassação do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão e à perda do mandato, após ser envolvida na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Segundo o presidente da CCJ, deputado Paulo Azi (União-BA), o prazo para a produção de provas — etapa atual do processo — deve ser encerrado na próxima semana. Em seguida, será aberto um período de cinco sessões do plenário para que o relator, deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), apresente seu parecer.

Após a análise na comissão, o caso segue para o plenário da Câmara, onde a decisão final será tomada. Para a cassação de Zambelli, são necessários pelo menos 257 votos. Embora o STF tenha determinado a perda imediata do mandato, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu submeter a decisão ao plenário.

No momento, Carla Zambelli encontra-se presa na Itália, e o Ministério Público do país já emitiu parecer favorável à sua extradição. Em setembro, a deputada participou remotamente de uma audiência na CCJ, ocasião em que trocou acusações com o hacker Walter Delgatti, também condenado no mesmo processo.

O relator Diego Garcia informou que o relatório está em fase final de ajustes, com a equipe realizando adequações para atender à determinação do ministro Alexandre de Moraes, que enviou documentos do processo à comissão, mas impôs sigilo sobre o conteúdo.