Lei determina uso de linguagem simples em mensagens de órgãos públicos para cidadãos
Nova legislação obriga órgãos públicos a adotarem comunicação clara e acessível à população, com técnicas específicas para facilitar o entendimento das informações oficiais.
A Lei 15.263/25, publicada nesta segunda-feira (17) no Diário Oficial da União, estabelece que os órgãos públicos devem utilizar linguagem simples ao se comunicar com a população. A sanção ocorreu na sexta-feira (14), acompanhada de um veto presidencial.
Linguagem simples refere-se ao conjunto de técnicas que garantem a transmissão clara e objetiva de informações. O principal objetivo é permitir que o cidadão encontre, compreenda e utilize facilmente as informações divulgadas pelos órgãos públicos.
Princípios
A Lei 15.263/25 institui a Política Nacional de Linguagem Simples, fundamentada em princípios como:
- reduzir a necessidade de intermediários na comunicação entre o poder público e o cidadão;
- diminuir custos administrativos e o tempo de atendimento ao cidadão;
- promover transparência e facilitar o acesso à informação pública;
- estimular a participação popular e o controle social;
- tornar a comunicação pública mais acessível para pessoas com deficiência.
Técnicas de linguagem simples
A lei determina a adoção de 18 técnicas de linguagem para a comunicação com o cidadão. Entre elas estão:
- utilizar frases curtas e em ordem direta;
- priorizar palavras comuns e de fácil compreensão;
- evitar o uso de termos estrangeiros;
- recorrer a listas, tabelas e recursos gráficos;
- evitar frases intercaladas;
- eliminar palavras desnecessárias ou imprecisas;
- garantir linguagem acessível a pessoas com deficiência;
- em mensagens dirigidas a comunidades indígenas, publicar o texto em português e também na língua dos destinatários.
Origem do projeto
A lei é resultado do PL 6256/19, de autoria da deputada Erika Kokay (PT-DF), aprovado pela Câmara em outubro.
Veto presidencial
O presidente Lula vetou o trecho que obrigava os órgãos públicos a designar um servidor responsável pelo tratamento das informações em linguagem simples.
Segundo o Palácio do Planalto, a medida foi considerada inconstitucional, pois leis que tratam do funcionamento da administração pública só podem ser propostas pelo chefe do Poder Executivo.