MÚSICA

Marcelo Lobato relança mais um clássico d’O Rappa: “Vida Rasteja”

Nova versão faz parte do projeto Afrika Gumbe e chega às plataformas nesta sexta-feira (18), com sonoridade eletrorgânica e letra que reflete o contraste urbano do Rio de Janeiro

Por RNR Assessoria Publicado em 18/07/2025 às 09:30
Rodrigo Ferraz

Depois de revisitar “Uma Vida Só”, o multi-instrumentista Marcelo Lobato lança nesta sexta-feira, 18, uma nova versão para “Vida Rasteja”, faixa originalmente gravada em 2013 por O Rappa no álbum “Nunca Tem Fim…”. A releitura integra o projeto autoral Afrika Gumbe, que funde elementos eletrônicos, percussivos e analógicos para reimaginar clássicos com novas camadas sonoras e narrativas. Ouça “Vida Rasteja” nas plataformas digitais.

“Eu compus esta música ao piano. Era instrumental. Depois de muito tempo resolvi fazer uma letra — e ela fala sobre o contraste de viver num lugar tão belo como o Rio de Janeiro e ter de conviver, ao mesmo tempo, com o lado cruel e violento que assola a cidade”, explica Lobato. “Inicialmente, O Rappa lançou a versão no álbum Nunca Tem Fim..., produzido por Tom Sabóia. Boa parte do disco foi gravada no meu estúdio, o Jimo, e a capa foi feita pelo Mike Deodato, desenhista da Marvel, procedente de João Pessoa.”

A nova versão de “Vida Rasteja” traz uma levada mais introspectiva e atmosférica, com camadas eletrônicas e o uso de instrumentos dedilhados, que já são marca do Afrika Gumbe. “Durante a pandemia, o Afrika Gumbe foi obrigado a esperar o momento adequado para finalizá-la. Agora, ela entra para o álbum Soro Energizado, que lançaremos em breve. A levada tem esse aspecto meio mantra, com os contrapontos dos instrumentos. E o tema, infelizmente, continua atual. Cada vez mais cresce a banalização do uso de armas, principalmente nos grandes centros urbanos. Se começar foi fácil, difícil vai ser parar.”

Com versos como “a máquina desgovernada consome a vontade de ficar na paz”, a faixa retorna às plataformas como um retrato sensível e potente da exaustão urbana — agora, potencializado por arranjos que equilibram a organicidade da percussão com a tensão de uma paisagem eletrônica.