Flip 2025: cearense Diego Gregório lança Poemas de Partida e de Chegada (ou Os Cães Não Desamam) livro que narra o que existe de bonito depois do fim
Obra, que será apresentada na Festa Literária Internacional de Paraty no dia 2 de agosto, reúne poemas que transformam a dor em linguagem

Um livro começa onde algo termina. Não é uma metáfora, é uma geografia íntima criada pelo poeta e jornalista cearense Diego Gregório em seu novo livro de autoficção poética, "Poemas de partida e de chegada ou Os cães não desamam", um mergulho nas profundezas do amor, do abandono e das relações humanas. A obra conta capa assinada pela artista Azuhli, ilustrações de Humus, projeto gráfico de Samuel Tomé e prefácio de Francisco Custódio, do podcast Histórias Diversas. Todos LGBTs e cearenses. A obra foi contemplada no 13º Edital Ceará das Artes da Secretaria de Cultura do Ceará na categoria Linguagem Literária.
A obra será lançada na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip 2025), no dia 2 de agosto, às 15h, com sessão de autógrafos no estande da com.tato, na Casa Escreva, Garota (Travessa Gravatá, 56c/d).
Uma escrita que desacelera: conheça a poesia de Diego Gregório
O livro tem 66 poemas e 100 páginas. Nelas, ele percorre um “país particular que foi devastado pela guerra” como diz, e revisita momentos nos convidando a participar deles por meio de textos quase cinematográficos, um traço do autor. É possível estar ali “naqueles dias na praia” e passear com ele pelas ruínas de um casamento desfeito.
O autor chama seus poemas de “os cães” e explica: “Chamo-os assim porque como os cães, ao contrário de nós, não desamam. O livro é um documento de beleza, mas também de sobrevivência emocional”, explica o autor que defende a escrita como território de cura e da autoficção poética. “Eu escrevo não o que houve, não há uma confissão aqui, eu descrevo um sentimento porque quero entendê-lo, é como um soldado que volta da guerra e só conta o que sentiu e não o que de fato houve.”
O autor também defende a descentralização da poesia dos grandes centros urbanos e vai na contramão da performance, do engajamento compulsivo, da rapidez e do ruído. Diego propõe uma escrita que desacelera. “Escrever poesia, hoje, é um gesto dissidente. É recusar a lógica da produção. Eu levei dois anos para escrever esse livro, num mundo que vive de segundos.”
Influenciado por Hilda Hilst, Ana Cristina Cesar e Sylvia Plath, sua escrita oscila entre o corpo e o pensamento, o sertão e a cidade. Ele vem de Fortaleza, mas seu texto carrega universalidade poética, rompendo regionalismos.
Sobre Diego Gregório
O cearense Diego Gregório é jornalista, assessor de imprensa e escritor. Foi escolhido em 2024 como um dos 10 principais assessores de imprensa do estado do Ceará, segundo o mercado. Como autor, escreveu Coisas Que Você Mesmo Poderia Ter Dito e nas coletâneas “Fissura” “Toda Forma de Amar” e “Poemas de Partida e de Chegada”