Faixa de Hyldon lançada em 2009 é redescoberta pelo público e ganha versão ao vivo

Quinze anos após seu lançamento, a música “Três Éguas, Um Jumento e Uma Vaca”, do álbum Soul Brasileiro (2009), surpreende ao se tornar a faixa mais ouvida do disco nas plataformas digitais. Com mais de 600 mil reproduções no Spotify, a canção deixou para trás composições como “Brazilian Samba-Soul” e “Medo da Solidão” — esta última, gravada com participação especial de Chico Buarque tocando kalimba.
Sem saber explicar com exatidão o motivo desse sucesso tardio, o cantor e compositor baiano Hyldon celebra a repercussão inesperada: “Não tenho a menor ideia do porquê essa música estourou. Talvez seja o nome curioso, os animais, ou entrou em alguma playlist bombada… Só sei que está sendo um sucesso!”, brinca o artista.
Agora, “Três Éguas, Um Jumento e Uma Vaca” ganha uma nova versão ao vivo com seis minutos de duração, gravada no palco do Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. A faixa inaugura os trabalhos de um novo álbum ao vivo que Hyldon prepara, reforçando o fôlego de uma trajetória marcada por autenticidade e reinvenção.
A composição, curiosamente, nasceu em 1972, originalmente pensada para integrar o repertório de um álbum de Emílio Santiago. No entanto, segundo Hyldon, o cantor optou por não gravá-la. “O produtor Roberto Menescal chegou a sugerir que trocássemos a palavra ‘jumento’, tentando convencer o Emílio, mas no fim das contas a música ficou de fora do disco. Anos depois, resolvi gravar como foi escrita, com a letra original.”
O relançamento chega também no embalo do documentário As Dores do Mundo: Hyldon, dirigido por Emílio Domingos e Felipe Rodrigues. O filme teve sua primeira exibição pública em junho, durante o festival In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
A versão ao vivo da faixa conta com o apoio da Banda Zona Oeste, formada por Márcio Pombo (teclados), Guinho Tavares (guitarra), Rafael Garrafa (baixo), Rafael Oliveira (bateria), Mafram Maracanã (percussão), Marlon Sette (trombone), Zé Maria (saxofone e flauta) e Rafael Nascimento (trompete).