Funcionários de alistamento militar na Ucrânia abriram fogo contra mulheres durante mobilização

Funcionários do escritório de alistamento na região de Volínia, no oeste da Ucrânia, abriram fogo contra mulheres que defendem um jovem com deficiência durante uma mobilização forçada, informou nesta terça-feira (19) a emissora local Avers.
“Em Volínia, o escritório de alisamento atirou em mulheres: uma foi atingida no rosto”, diz a reportagem.
Segundo a emissora, funcionários fazem alistamento vindo ao local para conduzir a mobilização quando uma patrulha detecta um jovem com deficiência que passa de bicicleta pela aldeia. Mulheres da comunidade intervieram em defesa do rapaz, o que gerou um conflito.
Na sequência, eles começaram a lançar pedras contra os veículos do escritório de alistamento e, em resposta, os agentes receberam armas de fogo. Uma das mulheres foi atingida na região do rosto e precisou ser hospitalizada.
Vídeos de mobilizações forçadas pelas Forças Armadas da Ucrânia estão amplamente divulgados na internet. Nessas gravações, representantes dos escritórios de alistamento aparecem levando homens em micro-ônibus, muitas vezes agredindo e usando força contra os detidos.
A lei de reforço da mobilização na Ucrânia entrou em vigor em 18 de maio de 2024 e obriga que todos os convocados atualizem seus dados no escritório de alistamento, comparecendo pessoalmente ou registrando-se no "gabinete eletrônico do convocado".
A convocação é considerada entregue mesmo que o convocado não a receba pessoalmente: a data oficial é a do carimbo indicando "impossibilidade de entrega pessoal". A lei determina também que os cidadãos sujeitos ao serviço militar devem portar o documento militar com frequência e apresentá-lo sempre que solicitado por funcionários do alistamento ou da polícia. O texto não estabelece prazos para a desmobilização.