Itec Shield destaca importância da governança de dados na era da IA generativa
Palestra do professor Rodolfo Carneiro ressalta desafios éticos e práticos no uso de inteligência artificial no setor público
Viviane Chaves / Ascom Itec
O Itec Shield, evento promovido pelo Instituto de Tecnologia em Informática e Informação do Estado de Alagoas (Itec), realizou, na manhã desta terça-feira (18), mais uma palestra de destaque em sua programação. O convidado foi o professor Rodolfo Carneiro, doutor em Ciências da Computação, que abordou um dos temas mais urgentes da atualidade: “Da transparência à IA generativa no setor público: o papel fundamental da governança de dados nessa jornada”. O evento é aberto ao público e segue até a próxima sexta-feira (28), sempre às 10h, pelo canal do Youtube itecalgov.
Durante a apresentação, o professor contextualizou a transformação digital vivida por organizações públicas e privadas, marcada pela produção de dados em múltiplas fontes, formatos e finalidades. Ele destacou que esse cenário traz desafios complexos, como a proteção dos dados coletados e o uso ético dessas informações.
Para fundamentar a discussão, Rodolfo relembrou os Princípios de Belmont — respeito às pessoas, beneficência e justiça —, ressaltando que esses valores devem continuar guiando decisões e práticas, mesmo em ambientes altamente tecnológicos.
O palestrante explicou que tanto seres humanos quanto a inteligência artificial compartilham três pilares essenciais: experiência, construção de modelos e adaptação. No caso da IA, isso se traduz em aprendizado de dados, treinamento de modelos e realização de predições.
Carneiro diferenciou ainda a IA forte da IA generativa, sendo esta última capaz de produzir textos, imagens, vídeos, músicas, correções textuais e até modelos 3D, ampliando exponencialmente as possibilidades de automação e criação.
Foram apresentados exemplos concretos do uso da IA generativa em diferentes áreas:
Governo: análise de documentos e atendimento ao cidadão;
Educação: tutoria inteligente e criação de materiais didáticos;
Empresas: automação, copilotos de produtividade e chats internos;
Saúde: análise de exames e apoio à decisão clínica;
Marketing: geração de campanhas, imagens, roteiros e vídeos.
“Nenhum modelo de IA é eficaz sem dados de qualidade”, alertou Rodolfo Carneiro, apontando riscos como viés e discriminação, falta de transparência e rastreabilidade, vulnerabilidades de segurança e erros de predição. Segundo ele, a solução passa obrigatoriamente pela governança de dados, que garante padrões, controles, responsabilidade e alinhamento ético no uso das informações.
Ao encerrar a palestra, o professor reforçou que a inteligência artificial é uma das maiores aliadas da digitalização no serviço público, mas só poderá cumprir esse papel se for transparente, justa e auditável. Para isso, concluiu, a governança de dados se consolida como um pilar essencial dessa transformação.