PENEDO

Circuito Penedo de Cinema encerra edição com filmes alagoanos entre os vencedores

Premiação celebrou obras que propõem reflexões sobre identidade, meio ambiente e resistência

Publicado em 17/11/2025 às 09:14

O Circuito Penedo de Cinema encerrou sua 15ª edição na noite deste domingo (16), premiando os destaques das três mostras competitivas que integram o evento: o 18º Festival do Cinema Brasileiro, o 15º Festival de Cinema Universitário de Alagoas e o 12º Festival Velho Chico de Cinema Ambiental. Em uma edição marcada pela diversidade temática e pelo protagonismo de produções locais, dois filmes alagoanos estão entre os vencedores, refletindo o impacto e a recepção das narrativas regionais entre o público presente.

 

Durante a cerimônia de premiação, realizada no Cine Penedo, o coordenador geral do circuito, Sérgio Onofre, agradeceu ao público, à equipe e aos parceiros da universidade. Ele destacou o envolvimento dos estudantes e servidores da UFAL e a importância de um evento que se firma no calendário nacional pelo diálogo entre cinema e território. “O evento é uma junção de muitos elementos. A cidade, com sua beleza arquitetônica e com o São Francisco, oferece um cenário único. Não é difícil sair daqui falando bem”, disse.

 

Representando o prefeito de Penedo na solenidade, o chefe de gabinete do município, Pedro Soares, reforçou o compromisso da gestão com o setor audiovisual. “Hoje temos uma cidade apontada como Cidade Criativa do Cinema em Alagoas. O cinema é uma prioridade da nossa gestão, pela cultura, pela geração de emprego e renda que traz. A gente só tem a agradecer a todos que participaram do festival e reafirmar que Penedo está sempre de portas abertas”, afirmou.

 

Vencedores do voto popular

 

Na premiação do voto popular, o filme alagoano Cartas a Tia Marcelina, dirigido por Igor Macena, foi escolhido o vencedor do 15º Festival de Cinema Universitário de Alagoas.

 

Também de Alagoas, o documentário Mulheres da Restinga: o Extrativismo no Baixo São Francisco, de Cynira França, foi eleito pelo público o melhor filme do 12º Festival Velho Chico de Cinema Ambiental.

 

Já o vencedor do 18º Festival do Cinema Brasileiro - Espinho Remoso (BA), dirigido por Heraldo de Deus. Representando a equipe, a atriz Maria Pereira reforçou o simbolismo da premiação. “É muito simbólico estar aqui num novembro tão representativo trazendo um filme que fala sobre romper estigmas e repensar estruturas. Sigamos, com consciência e resistência”, afirmou.

 

Vencedores do júri oficial

 

Já o júri oficial escolheu como vencedor do 15º Festival de Cinema Universitário de Alagoas o filme alagoano Cartas a Tia Marcelina. A produção, dirigida por Igor Macena, foi feita sem recursos na própria Universidade Federal de Alagoas, e aborda o episódio do Quebra de Xangô de 1912 e resgata figuras centrais da resistência religiosa afro-brasileira no estado.

 

“É um filme sobre o nosso estado, com artistas locais, contando uma história fundamental. Dedicamos esse prêmio a Exu, que abriu os caminhos para fazermos esse filme. É um projeto coletivo que só foi possível graças à união de muitas pessoas”, declarou Macena.

 

O júri oficial do 12º Festival Velho Chico de Cinema Ambiental escolheu como vencedor o filme O Despertar de Aiyra (SP), dirigido por Duda Rodrigues e Juliana Rogge. Duas outras produções receberam menções honrosas: A Travessia (SP), de Sérgio Martinelli, e Mulheres da Restinga, de Cynira França.

 

A diretora Cynira França, agraciada com um troféu e uma menção honrosa, agradeceu o reconhecimento e destacou a importância do trabalho para dar visibilidade às comunidades ribeirinhas. “Eu fui meio que tomada pelo cinema. Trouxe essa luz para a minha vida. E juntos fomos construindo essa troca maravilhosa que nos premiou nesta noite”, disse a diretora.

 

Já o vencedor do 18º Festival do Cinema Brasileiro foi o filme paraibano A Nave que Nunca Pousa, dirigido por Ellen Morais e produzido por Clarissa Santos.

 

Além dos troféus, o circuito concedeu incentivos à continuidade da produção audiovisual brasileira. Foram entregues dois prêmios de R$ 10 mil em serviços de pós-produção aos vencedores da mostra ambiental. A plataforma de streaming Cardume anunciou a concessão de um contrato exclusivo de licenciamento, no valor de R$ 3 mil, como estímulo à difusão de curtas-metragens. A Mística, patrocinadora do evento, premiou ainda o vencedor da mostra universitária com R$ 5 mil em serviços de pós-produção.

 

Todos os premiados receberam o troféu Canoa de Tolda, símbolo oficial do Circuito Penedo de Cinema. Inspirado na embarcação tradicional do Baixo São Francisco, o troféu ganhou neste ano um novo desenho, com formato verticalizado, em releitura assinada pelo artista Fred Correia. A escolha pelo nome homenageia os festivais realizados em Penedo nas décadas de 1970 e 1980 e reforça o compromisso do evento com a memória da região.

 

“Essa canoa que agora está aqui na cidade representa um símbolo do São Francisco e do cinema feito neste território. É com esse espírito que a gente encerra mais uma edição, sabendo que quem veio vai levar um pouco dessa história para onde for”, afirmou Sérgio Onofre.

 

Sobre o Circuito

 

A 15ª edição do Circuito Penedo de Cinema acontece entre os dias 10 e 16 de novembro. O evento é promovido pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), pelo Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult-AL), e pelo Instituto de Estudos Culturais, Políticos e Sociais do Homem Contemporâneo (IECPS). Conta ainda com o patrocínio da Prefeitura de Penedo, do Sebrae e do IMA. E apoio da Mistika, DOT, Fórum dos Festivais, Cardume, Fredyart, Super Connect e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

 

Acompanhe o Circuito também pelas redes sociais. Estamos no Instagram e no Facebook: @circuitopenedo.

Galeria de fotos