Em meio à maior turbulência política vivida recentemente por Rio Largo, o prefeito Pedro Carlos da Silva Neto, conhecido como Carlos (PP), exonerou nesta segunda-feira (31) o ex-prefeito Gilberto Gonçalves do cargo de secretário municipal. A decisão veio logo após a tentativa frustrada de afastamento do chefe do Executivo por meio de uma suposta carta de renúncia, considerada falsa e repudiada pelo próprio Carlos.

Gilberto, que comandou o município por dois mandatos, havia retornado à administração como secretário, mas sua presença no governo tornou-se motivo de desgaste. Em fevereiro, Gonçalves se envolveu em uma queda de braço com a Câmara de Vereadores ao tentar interferir na escolha dos presidentes das comissões permanentes da Casa. A reação foi unânime: os 13 vereadores rejeitaram sua articulação, acirrando ainda mais os ânimos no Legislativo.

A exoneração, segundo interlocutores do prefeito, foi uma medida estratégica para conter o avanço da crise institucional que se intensificou nos últimos dias. Carlos tenta, com isso, pacificar os bastidores e reafirmar sua autoridade diante de uma administração que enfrenta claros sinais de instabilidade.

A saída de Gilberto Gonçalves do governo marca também o rompimento definitivo entre duas figuras centrais da política de Rio Largo, que até então mantinham uma aliança tensa. O gesto de Carlos é interpretado como uma tentativa de se descolar da influência do ex-prefeito e reorganizar sua base com mais autonomia.

Enquanto a população acompanha atenta os desdobramentos, a política local permanece em ebulição, e a expectativa é de que novos movimentos aconteçam nos próximos dias.