O aumento célere de instalações de data centers de inteligência artificial e de operações de mineração de bitcoin no Paraguai impulsionou a direção da Usina Hidrelétrica de Itaipu a fazer um estudo para construir duas novas turbinas, de acordo com o diretor-geral da estatal, Enio Verri.

Em entrevista a jornalistas que visitaram a usina, ele chamou a expansão de "inevitável" e adiantou que estudos técnicos, sociais e ambientais, de viabilidade econômica e um acordo entre Brasil e Paraguai serão feitos para viabilizar tal ampliação em cerca de 10% nas turbinas geradoras da binacional.

Com a demanda crescente no Paraguai por energia, o país vizinho deve deixar de vender o excedente para ser usado pelo Brasil, explicou.

As projeções da Administradora Nacional de Eletricidade (Ande) do Paraguai é de que o país chegará aos 50% de consumo da geração da hidrelétrica até 2035. O crescimento já passou de 14% em 2024, com o aumento desse setor, cujos computadores demandam uso intensivo de energia.

Atualmente, Itaipu produz cerca de 9% da energia elétrica consumida no Brasil e conta com 20 unidades de geradores.

A iniciativa visa a garantir a segurança energética brasileira e colocar em prática projetos de integração regional. A possível venda direta de energia paraguaia no livre mercado, com base nas renegociações do Anexo C do Tratado de Itaipu, pode dificultar ainda mais a posição brasileira.

Verri informou que, embora ainda não haja prazo para tal expansão, o investimento deve ser financiado por instituições de fomento, como o Banco Mundial e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Por Sputinik Brasil