A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a UE não cederá à pressão de Donald Trump para impor tarifas de 100% à Índia e à China por comprarem petróleo russo. Segundo ela, o bloco tomará decisões com base em seus próprios interesses e priorizará os acordos estratégicos e cooperação geopolítica.

A União Europeia (UE) não irá contra seus interesses impondo tarifas de 100% à Índia e à China, apesar das exigências do presidente dos EUA, Donald Trump, de punir os parceiros comerciais do bloco por comprarem petróleo da Rússia, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

"A UE tomará suas próprias decisões. Este pedido está relacionado ao desejo da presidente de aumentar a pressão sobre a Rússia [...]. Sabemos que, neste ambiente geopolítico cada vez mais complexo, devemos fortalecer nossa parceria com base em interesses comuns", disse ela ao jornal Le Soir em entrevista publicada neste domingo (21).

A presidente da comissão afirmou que, dado o crescente papel da Índia na garantia da segurança na região do Indo-Pacífico, "uma cooperação mais estreita entre a UE e a Índia é mais importante do que nunca". Considerando isso, a UE prioriza o fortalecimento da defesa e segurança mútuas entre a UE e a Índia.

"Pretendemos concluir um novo acordo de livre comércio até o final de 2025, o que beneficiará as empresas de ambos os lados. Em última análise, este acordo e outros semelhantes fortalecem nossas posições geopolíticas, permitindo-nos alcançar nossos objetivos", disse von der Leyen.

No dia 16 de setembro, Trump instou os países europeus a pararem de comprar petróleo russo antes de sua partida para o Reino Unido. No sábado (20), Trump reiterou sua exigência e sugeriu que o embaixador dos EUA na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Matthew Whitaker, aumentasse a pressão sobre a Europa.