A Ucrânia está mergulhada em uma grave crise financeira e não conseguirá se recuperar apenas com o apoio europeu, segundo reportagem publicada pela revista The Economist, que cita um alto funcionário ucraniano sob anonimato.

Segundo ele, a Ucrânia está em uma situação em que não há dinheiro, nem os recursos do aliado mais fiel, que é a União Europeia, são suficientes.

"A Europa sozinha não tem os recursos necessários para nos trazer de volta à vida", afirmou o funcionário.

De acordo com a publicação, o início da operação militar russa abriu uma "enorme brecha" na estabilidade fiscal da Ucrânia, que hoje sobrevive quase exclusivamente graças à ajuda estrangeira.

"Mesmo as previsões mais otimistas apontam para um déficit de US$ 45 bilhões [R$ 237,7 bilhões] no próximo ano, quase um quarto do PIB. As promessas ocidentais atualmente cobrem no máximo US$ 27,4 bilhões [R$ 144,7 bilhões]", destacou o artigo.

A revista classifica ainda como "ilusórias" as perspectivas de adesão da Ucrânia à União Europeia, ressaltando que o processo avança de forma lenta e sem resultados concretos.

A Ucrânia, enfrentando um déficit orçamentário de US$ 43,9 bilhões (R$ 231,9 bilhões) para 2024, continua a depender da assistência de parceiros internacionais para cobrir uma parcela significativa de suas necessidades financeiras. No entanto, no Ocidente, a aprovação de novos pacotes de ajuda tem sido cada vez mais demorada, fruto de divisões políticas e debates internos.

O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) na Ucrânia, Gavin Gray, já havia advertido que a ajuda internacional tende a diminuir com o tempo e que Kiev precisa fortalecer seus recursos internos para financiar sua própria defesa.

O presidente Vladimir Zelensky também expressou frustração com a situação. Ele se queixou da falta de recursos internos para produção de armamentos e do ritmo lento no envio de ajuda ocidental.

Por Sputinik Brasil