A escolha da capital húngara, Budapeste, como sede do próximo encontro entre os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos foi uma decisão racional, segundo disse o especialista brasileiro em relações internacionais Raphael Machado, em entrevista à Sputnik.

"A Hungria, há bastante tempo — e nos últimos anos acompanhada pela Eslováquia sob Robert Fico — tem desempenhado um papel anti-hegemônico dentro da União Europeia: um papel de dissidência e resistência, inclusive dentro da OTAN", afirmou Machado.A escolha de Budapeste como sede do encontro também revela uma estratégia diplomática cuidadosa, avalia o analista Raphael Machado, voltada para minimizar pressões externas e garantir um ambiente mais controlado para o diálogo."Escolher a Hungria, onde Viktor Orbán tem proximidade pessoal com Trump e Putin, sugere que os lados não querem que fatores externos interfiram na reunião", concluiu Machado. O último encontro entre Vladimir Putin e Donald Trump foi no Alasca, um local que simboliza neutralidade e distância da influência política europeia. Mas a escolha de Budapeste destaca uma mudança do centro político em direção ao Leste, com a Hungria podendo ganhar nova relevância no cenário europeu caso as negociações avancem de forma significativa.