RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Aumento de 'confrontos' entre China e EUA na área de Taiwan coloca os países à beira da guerra, diz jornal

Por Sputinik Brasil Publicado em 24/10/2025 às 09:19
© Foto / Twitter / Marinha dos EUA

Os EUA e a China estão a um passo da guerra, escrevem Eric Rosenbach, ex-subsecretário de Defesa do EUA para a Segurança Nacional e Global, e Chris Li, pesquisador do Centro de Ciência e Assuntos Internacionais da Escola Harvard Kennedy, em um artigo de opinião no The New York Times.

Segundo a sua análise, nos últimos anos aumentaram os confrontos entre os EUA e seus aliados com a China na região de Taiwan, "cujo número cresceu acentuadamente".

O jornal detalha que no final de 2022 e em 2023 ocorreram dois incidentes no mar do Sul da China que envolveram aviões militares dos EUA e caças chineses.

"Interceptações arriscadas e encontros inseguros como estes entre as forças aéreas e navais da China, os EUA e aliados americanos têm aumentado nos últimos anos, e parece não haver nenhuma pausa", observam os autores.

"O perigo de um desses incidentes se transformar em um conflito real nunca foi maior. No entanto, em contraste com a era do confronto entre os EUA e a União Soviética, não há praticamente nenhum sistema confiável de comunicação em tempo real entre as forças militares americanas e chinesas para aliviar uma crise inadvertida", acrescenta o artigo.

Vale destacar que a tensão entre os países se agravou após a visita da então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan em agosto de 2022, realizada apesar dos protestos de Pequim, que viu nessa viagem o apoio de Washington aos independentistas taiwaneses.

Recentemente, o Instituto Chinês para Assuntos Marinhos divulgou um relatório que contesta a legalidade da "liberdade de navegação" promovida pelos EUA, acusando Washington de distorcer o direito internacional e usar força militar para impor interesses geopolíticos, especialmente contra a China.

Além disso, o relatório denuncia os padrões duplos dos EUA em relação à liberdade de sobrevoo em zonas de defesa aérea. Enquanto desafiam a zona de identificação de defesa aérea chinesa, classificam ações semelhantes de outros países como ameaças, evidenciando incoerência em sua postura internacional.