Focus eleva projeção suavizada do IPCA em 12 meses para 4,11%
Expectativa para inflação acumulada segue acima do teto da meta pelo sexto mês consecutivo, enquanto Banco Central projeta retorno ao centro da meta apenas em 2027
A mediana do relatório Focus para a inflação suavizada nos próximos 12 meses subiu de 4,08% para 4,11%. Há um mês, a projeção era de 4,12%. Essa métrica ganhou destaque nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, em vigor desde este ano.
O novo regime foi descumprido pela primeira vez em 10 de julho, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o IPCA acumulou alta de 5,35% em 12 meses até junho — resultado acima do teto da meta, de 4,50%, pelo sexto mês seguido.
No mesmo dia, o Banco Central enviou uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informando que espera ver a inflação acumulada em 12 meses cair abaixo do teto da meta apenas no final do primeiro trimestre de 2026.
Em declaração recente, o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, esclareceu que a expectativa é que a inflação retorne ao centro da meta no horizonte relevante da política monetária, atualmente situado no primeiro trimestre de 2027. "O objetivo é o atingimento da inflação no horizonte relevante, e a cada momento estamos conduzindo a política monetária para esse atingimento", afirmou.
Pelo novo regime, o cumprimento da meta é apurado com base na inflação acumulada em 12 meses. Se a taxa permanecer acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo.
A meta de inflação é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O ministro da Fazenda pode propor alteração ao Conselho Monetário Nacional (CMN), mas qualquer mudança só passa a valer após 36 meses.
A expectativa de inflação suavizada para os próximos 12 meses é calculada a partir das projeções das instituições para a inflação total do período. A cada nova divulgação do IPCA, a projeção referente ao mês mais antigo é substituída pelo dado atualizado.
Para evitar oscilações abruptas nas expectativas devido à diferença entre o valor projetado e o realizado, o Banco Central dilui esse desvio gradualmente, do dia da divulgação até a próxima. O resultado é a chamada inflação suavizada.
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