PESQUISA DO BANCO CENTRAL

Proporção de instituições financeiras que vê risco fiscal como principal ameaça sobe para 48%

Percepção sobre risco fiscal cresce entre instituições financeiras, enquanto preocupações com cenário internacional diminuem, aponta levantamento do BC

Publicado em 27/11/2025 às 17:41
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A preocupação das instituições financeiras com a política fiscal como principal risco à estabilidade financeira aumentou de 38% em agosto para 48% em novembro, conforme indica a Pesquisa de Estabilidade Financeira (PEF) divulgada pelo Banco Central.

No mesmo período, também houve crescimento nas menções a inadimplência e atividade – de 16% para 26% – e ao risco operacional, que passou de 3% para 5%. Em contrapartida, a parcela de instituições que apontou o cenário internacional como principal risco caiu de 30% para 11%. Já as preocupações com o nível da taxa de juros doméstica recuaram de 3% para 2%, e outros riscos passaram de 9% para 8%.

Segundo relatório do BC, “comparativamente à pesquisa anterior realizada em agosto, a avaliação das IFs pesquisadas sobre os riscos à estabilidade financeira para os três próximos anos é de: percepção de acúmulo de riscos em quatro frentes: inadimplência e atividade (alto endividamento num ambiente de taxas de juros elevadas apontam para aumento de inadimplência), fiscal (preocupações com a sustentabilidade da dívida pública e impactos do fiscal na política monetária), cenário internacional (incertezas principalmente quanto aos efeitos das medidas tarifárias dos EUA), e riscos operacionais (relacionados à crescente digitalização do SFN)”.

O índice de confiança no Sistema Financeiro Nacional (SFN) avançou de 74,45 para 75,59 pontos, interrompendo três quedas consecutivas. “O índice de confiança na estabilidade do SFN segue elevado e com aumento na margem em relação ao período anterior; e a maioria dos respondentes espera e sugere que o valor do ACCPBrasil Adicional Contracíclico de Capital Principal do Brasil seja mantido”, acrescenta o BC.