Presidente de Madagascar dissolve governo após atos violentos
Protestos no país africano deixaram mais de 20 pessoas mortas
O presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, dissolveu o governo após os violentos protestos ocorridos no país africano contra os repetidos cortes de água e eletricidade por todo o território.
O alto comissário para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Volker Turk, declarou que pelo menos 22 pessoas morreram e centenas ficaram feridas durante os atos.
Para conter os manifestantes, as autoridades colocaram em vigor um toque de recolher na capital Antananarivo.
"Decidi revogar as funções do primeiro-ministro e do gabinete. Enquanto se aguarda a formação do novo governo, os atuais ocupantes do cargo servirão como ministros interinos", declarou Rajoelina em um discurso televisionado à nação.
Embora o mandatário de Madagascar tenha demitido o governo para tentar conter a crescente agitação, os manifestantes, inspirados pelos protestos da "geração Z" na Indonésia e no Nepal, convocaram novos atos para hoje (30).
"Estou chocado e triste com os assassinatos e feridos nos protestos contra cortes de água e eletricidade em Madagascar", lamentou Turk, acrescentando que as autoridades devem "garantir o respeito à liberdade de expressão e reunião pacífica".
Os violentos atos em Madagascar deixaram quatro italianos presos no país, mas um dos turistas confirmou à ANSA que todos voltarão em breve ao continente europeu em um voo para Paris, na França.
"Chegamos ao aeroporto sem problemas, passamos pela segurança e estamos no portão de embarque com partida confirmada para breve. A acomodação era perto do aeroporto, então não houve preocupações, embora só agora possamos realmente respirar aliviados", disse o friulano Thomas Cantoni.