Lula e Silveira reativam Conselho de Minerais Críticos em meio a forte Interesse dos EUA
O Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM) inicia trabalhos nesta quinta-feira com foco em uma estratégia de exploração de insumos como lítio e nióbio. O Brasil detém cerca de 10% das reservas mundiais desses recursos, essenciais para a transição energética.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participam, nesta quinta-feira (16), da primeira reunião do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM). O órgão foi reativado com o objetivo de definir as políticas públicas e uma estratégia de exploração para o setor mineral do país.
A reativação do CNPM ocorre em um contexto de crescente interesse do governo dos Estados Unidos na exploração de minerais críticos no Brasil. O governo Lula avalia que esse interesse pode ser uma oportunidade estratégica para barganha em negociações bilaterais, como a retirada de tarifas impostas sobre produtos brasileiros.
Minerais Críticos e Geopolítica
O foco do Conselho são os chamados minerais críticos, como o lítio, nióbio, cobre e terras raras. Esses insumos são vitais para a transição energética global e para a indústria de alta tecnologia. O tema se tornou um ponto central na disputa geopolítica entre grandes potências, e o Brasil é visto como um dos poucos países com potencial para ampliar a oferta desses recursos de forma sustentável.
Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o Brasil é detentor de cerca de 10% das reservas mundiais desses insumos. Contudo, a produção nacional efetiva corresponde a apenas 0,09% da oferta global.
O ministro Alexandre Silveira confirmou que se reunirá com o secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, no final deste mês para discutir o tema, um sinal de que o diálogo bilateral está se intensificando.
Estrutura do Conselho
O CNPM foi criado no final de 2022, mas só agora, após uma revisão de organização e atribuições do governo Lula, saiu do papel. O colegiado será composto por representantes de 16 ministérios — incluindo Relações Exteriores, Fazenda, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia — e será presidido pelo ministro de Minas e Energia. O órgão também terá representações de municípios produtores, universidades e entidades da sociedade civil, com mandatos de dois anos.