Lula se hospeda em barco regional durante evento climático no Pará
Presidente opta por embarcação típica amazônica diante da crise de acomodações em Belém para a COP-30; governo busca alternativas para ampliar rede hoteleira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está hospedado em um barco regional em Belém, no Pará, onde participa da Cúpula de Líderes nos dias 6 e 7, evento que antecede a abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-30).
De acordo com a Presidência da República, Lula está a bordo do barco Iana III, que segue o modelo das embarcações típicas da Amazônia. O barco permanecerá atracado na Base Naval de Val-de-Cans durante a estadia.
"A embarcação atende às especificações necessárias para receber o presidente e sua equipe, operando como um hotel. A Presidência buscou soluções que fossem adequadas para receber o presidente, cumprindo a legislação vigente, o que inclui segurança, preço e conforto", informou a Secretaria de Comunicação da Presidência da República em nota oficial.
Inaugurações e visitas
No mês passado, durante a entrega de obras em Breves, no arquipélago do Marajó, Lula já havia anunciado que dispensaria hotel para se hospedar em um barco. Na ocasião, brincou: "Enquanto os gringos estiverem dormindo, eu vou estar pescando".
O presidente está em Belém desde sábado (1º) para cumprir agendas relacionadas à COP-30. Nesta segunda-feira (2), Lula visita comunidades quilombolas e agroextrativistas da região. No sábado, ele inaugurou as obras do Porto de Outeiro e a ampliação do aeroporto da capital paraense.
Crise de acomodações
Desde o anúncio de Belém como sede da COP-30, os governos federal e estadual vêm adotando o uso de embarcações como alternativa para ampliar a rede hoteleira da cidade. Em julho, cabines de dois navios de cruzeiro passaram a ser oferecidas como opção de hospedagem.
A cidade enfrentou uma crise de acomodações devido à elevação dos preços. Conforme revelou o Estadão, valores de locação chegaram a R$ 2 milhões durante o período da conferência. Em agosto, o problema atingiu o ápice quando representantes de 29 países assinaram uma carta solicitando ao governo brasileiro a mudança da sede do evento.
Diante do impasse, o governo brasileiro realizou uma série de reuniões com a UNFCCC, órgão da ONU responsável pela agenda climática, para buscar soluções. Após as conversas, a organização elevou o subsídio destinado aos participantes da COP-30 de US$ 144 para US$ 197. Ainda assim, como destacou o Estadão, a diária permanece inferior à de outras conferências internacionais.