ÉTICA PARTIDÁRIA

PL decide pela expulsão de filiada após áudios revelarem pedido de “cashback” em emendas parlamentares

Diretório de Rio Claro decidiu, por unanimidade, pela expulsão de Amanda Servidoni após divulgação de gravações em que ela negocia retorno de recursos públicos.

Publicado em 03/11/2025 às 19:58
Amanda da Silva Servidoni Reprodução / Instagram

O diretório municipal do Partido Liberal (PL) em Rio Claro (SP) decidiu, de forma unânime, expulsar a filiada Amanda da Silva Servidoni, após denúncias de envolvimento em um suposto esquema de cobrança de “cashback” na liberação de emendas parlamentares. A resolução, assinada pela presidente do partido no município, Edymeia Bueno Garcia, foi emitida nesta segunda-feira (3) e comunicada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A decisão teve como base o estatuto do partido, que prevê punições a filiados cujas condutas possam prejudicar a imagem da legenda. Em nota, o diretório afirmou que as denúncias causaram “sérios danos à imagem do partido” e ressaltou que a expulsão foi uma medida necessária para preservar os princípios éticos da sigla.

As acusações contra Amanda surgiram após reportagem do portal Metrópoles, que divulgou áudios de WhatsApp em que ela discute valores e percentuais de retorno de emendas destinadas a municípios. Em uma das gravações, a ex-chefe de gabinete da Prefeitura de Rio Claro afirma:

“Ele vai gastar 100 mil com a pista. E nós estamos dando 300. Desses 300 eu quero pelo menos uns 100. Não quero 10%, filho.”

Em outro trecho, também divulgado pelo veículo, Amanda faz comentários ofensivos sobre um projeto de hospital veterinário.

Amanda é presidente do projeto social “Mulheres pela Fé”, que tem como madrinha a secretária estadual de Políticas para a Mulher, Valéria Bolsonaro (PL). No mês passado, Valéria inaugurou um escritório político em Rio Claro, no mesmo endereço do projeto presidido por Amanda.

A filiação de Amanda ao PL ocorreu em 2 de junho, durante um ato que contou com a presença do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, e da própria Valéria Bolsonaro. Em publicação nas redes sociais, a presidente do diretório de Rio Claro afirmou que o PL “reafirma seu compromisso com a ética e o respeito aos que acompanham o trabalho do partido”.

Antes de ingressar na legenda, Amanda ocupou cargos comissionados na administração municipal, incluindo o de chefe de gabinete do vice-prefeito, sendo exonerada em janeiro deste ano.

Em nota, a Secretaria Estadual de Políticas para a Mulher declarou que não possui vínculo com o projeto “Mulheres pela Fé” e que a aplicação de emendas parlamentares é de responsabilidade das prefeituras e dos órgãos de controle competentes.