Corpo de Paulo Frateschi, ex-deputado do PT morto pelo filho, é velado na Alesp
Cerimônia na Assembleia Legislativa reúne familiares, amigos e lideranças políticas; sepultamento ocorre nesta sexta-feira em São Paulo
O corpo do ex-deputado estadual Paulo Frateschi está sendo velado na manhã desta sexta-feira, 7, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), localizada na zona sul da capital paulista. A cerimônia, aberta ao público a partir das 8h, será encerrada às 14h, seguida por um cortejo até o Cemitério Memorial Parque Jaraguá, onde o sepultamento está previsto para as 15h30.
Amigo pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Frateschi tinha 75 anos e morreu na quinta-feira, 6, após ser esfaqueado pelo próprio filho, Francisco Frateschi. A trajetória do ex-parlamentar foi marcada por tragédias: ele já havia perdido outros dois filhos em acidentes de carro, em 2002 e 2003. Paulo Frateschi deixa a esposa Yolanda Maux Vianna, filhas, netos e irmãos.
Professor por formação, Frateschi foi preso e torturado durante a ditadura militar, em 1969. Atuou como vereador e deputado estadual em São Paulo, entre 1983 e 1987, presidiu o diretório paulista do PT e teve papel importante na organização das caravanas do presidente Lula em 2018.
Em entrevista concedida em 2022 ao podcast Casa Rosa, no YouTube, Frateschi relatou que, após deixar a Secretaria Municipal de Relações Governamentais na gestão de Fernando Haddad, em 2014, passou a atuar mais próximo de Lula. "Eu fui secretário do Haddad. Depois disso, quando veio 14 (2014), terminou ali aquela fase. Eu fui trabalhar mais próximo ao Lula, preparando as caravanas. Eu fiz junto com ele no Instituto (Lula) aqueles apoios todos para manter viva a figura dele", contou. Em 2010, ocupou o cargo de Secretário de Organização na Executiva Nacional do PT, função que exerceu até 2014.
Quando Lula deixou a prisão, em 2019, chegou a passar alguns dias na casa de Frateschi em Paraty, no Rio de Janeiro. Em uma das viagens da caravana petista, o ex-deputado foi atingido por uma pedrada na orelha esquerda ao tentar proteger o presidente em São Miguel do Oeste (SC).
Frateschi também foi secretário de Relações Governamentais na gestão da então prefeita Marta Suplicy, entre 2001 e 2004, e ocupou diversos cargos de direção partidária no PT. Foi um dos responsáveis pela fundação e consolidação do partido.
Em nota, o PT lamentou a morte do ex-presidente do diretório paulista: "Durante toda a sua trajetória, nosso companheiro demonstrou coragem, integridade e compromisso com o PT e pela busca de um país mais justo. Paulo Frateschi deixa um legado, marcado pela luta pela justiça e pela inclusão. Ele permanecerá vivo em nossos corações e nas ações que ele ajudou a inspirar", destacou o partido.