REAÇÃO POLÍTICA

Flávio Bolsonaro critica julgamento do STF e acusa Moraes de agir por "vingança pessoal"

Senador afirma que decisão contra ex-presidente Jair Bolsonaro é "farsa" e questiona imparcialidade do Supremo

Publicado em 07/11/2025 às 21:36
Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Jefferson Rudy/Agência Senado

Após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitar por unanimidade, nesta sexta-feira (7), o recurso da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou a decisão como uma "farsa".

"Uma farsa em que já se sabe o resultado final antes mesmo de o processo começar, não pelo que está nos autos, mas em função de quem está julgando", declarou o filho do ex-presidente em entrevista à CNN Brasil. Com a decisão, permanece a condenação de 27 anos e 3 meses imposta a Jair Bolsonaro.

Flávio afirmou ainda que o resultado não o surpreende e disse esperar "bom senso" quanto à possível prisão do pai, ressaltando que o Brasil não dispõe de presídio específico para ex-presidentes.

"Já que ele foi condenado sem ter feito absolutamente nada de errado, o mínimo que se espera é bom senso e que ele fique em casa", afirmou.

O senador acusou o ministro Alexandre de Moraes de agir por "vingança pessoal e insana" contra Bolsonaro. Segundo Flávio, se Moraes tivesse sido indicado ao Supremo por Michel Temer (MDB), o tratamento seria diferente.

"Trata-se de uma vingança pessoal e insana, sem nenhuma justificativa. Se fosse com o ex-presidente Temer, ele jamais faria o que está fazendo com Bolsonaro. É público e notório que Bolsonaro precisa de cuidados médicos permanentes e, às vezes, imediatos. Como todos sabem disso, inclusive o ditador, só posso concluir que ele quer que Bolsonaro morra", afirmou Flávio Bolsonaro.

O senador acrescentou ainda: "Não vão calar Bolsonaro nunca. Condenar o maior líder da direita na mão grande, num processo ilegal em que as provas atestam a sua inocência, é o sepultamento da democracia".

A Primeira Turma do STF concluiu hoje, no plenário virtual, a análise dos primeiros recursos do ex-presidente e de outros seis réus apontados como parte do núcleo central do plano de golpe: Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e da Casa Civil), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin).

Apenas o tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração premiada, não apresentou recurso.

O Estadão procurou o STF para saber se a Corte ou o ministro desejam se manifestar, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.