POLÍTICA

Hugo Motta defende união suprapartidária para aprovar marco de combate ao crime

Presidente da Câmara afirma que segurança pública está acima de disputas políticas e promete conduzir debate com urgência e diálogo amplo

Publicado em 08/11/2025 às 11:11
Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou neste sábado (8) que o relatório do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) para o projeto de lei antifacção, encaminhado ao Congresso pelo Executivo, "preserva avanços" do texto original do governo federal e "endurece as penas contra o crime".

"É hora de colocar todos na mesma mesa: governo, Congresso e sociedade e, com a maturidade que o país exige, trabalhar juntos por um projeto que una o Brasil no que realmente importa: garantir segurança à nossa sociedade", escreveu Motta em sua conta no X. "Quando o tema é segurança, não há direita nem esquerda, há apenas o dever de proteger", completou.

Motta reforçou que a segurança pública é uma pauta suprapartidária e garantiu que vai conduzir as discussões na Câmara "com respeito ao regimento, mas com a firmeza de quem conhece a urgência das ruas". Para o deputado, o Marco Legal de Combate ao Crime Organizado "encontrou um ponto de unidade" entre diferentes setores.

A declaração ocorre após o anúncio, na noite de sexta-feira (7), de que Guilherme Derrite — que se licenciou do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo para relatar projetos na Câmara — também será o relator do PL antifacção, de autoria do governo Lula. Derrite já havia sido designado relator de um projeto concorrente, que propõe equiparar facções a organizações terroristas, de autoria do deputado Danilo Forte (União-CE).

O anúncio da relatoria gerou fortes críticas de governistas. O líder do PT na Câmara classificou a escolha de Derrite como "desrespeito" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que a decisão "beira uma provocação". Já a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, afirmou que a escolha "contamina o debate com os objetivos eleitoreiros de seu campo político".

Horas após o anúncio, Derrite já publicou seu parecer sobre o tema, que pode ser analisado pela Câmara dos Deputados já na próxima semana.