FATO INUSITADO

Tribunal investiga como calcinha foi parar em sala restrita do Fórum de Cachoeiro de Itapemirim

Peça íntima foi encontrada por servidoras após feriado; câmeras de segurança e registros de acesso estão sendo analisados

Publicado em 10/11/2025 às 13:40

O Tribunal de Justiça do Espírito Santo instaurou uma investigação administrativa para apurar como uma calcinha foi encontrada em uma sala de acesso restrito do Fórum de Cachoeiro de Itapemirim, a 133 quilômetros de Vitória.

O episódio inusitado alterou a rotina do fórum e representa um desafio até mesmo para Têmis, a deusa grega que simboliza a Justiça.

Câmeras de segurança do corredor que dá acesso à sala de audiências estão sendo analisadas em busca de pistas sobre o ocorrido.

Os registros de entrada no edifício também foram verificados.

A peça íntima, aparentemente já usada, foi localizada em um cômodo do Núcleo de Audiências de Custódia. Duas servidoras encontraram a calcinha ao chegarem para trabalhar, no dia 29 de outubro.

Na véspera, a sala permaneceu trancada por conta do feriado do Dia do Servidor.

A investigação interna foi aberta a pedido do juiz André Guasti Motta, coordenador do núcleo, que classificou o episódio como "grave" e defendeu a "apuração imediata".

Segredo de Justiça

"A sala contém equipamentos de informática, impressoras, mobiliário e documentos diversos, alguns deles sob segredo de Justiça, que devem permanecer sob guarda e vigilância constantes do Poder Judiciário", afirmou o magistrado em ofício à direção do fórum.

O caso foi revelado por A Gazeta, de Vitória. Em entrevista ao periódico, o juiz Bernardo Fajardo Lima, diretor do fórum, informou que nenhum documento ou equipamento foi subtraído, tampouco houve acesso indevido aos sistemas do Judiciário, o que enfraquece a hipótese de invasão.

Apesar disso, ainda não está descartada a possibilidade de acesso de pessoas não autorizadas ao local.

Rotina e atividades físicas

A direção do fórum também considera outra hipótese: a de que a calcinha possa ter caído acidentalmente de uma bolsa ou mochila.

Segundo Fajardo, magistrados e servidores costumam levar roupas sobressalentes para a prática de atividades físicas antes do expediente.