MEIO AMBIENTE

Comissão aprova prioridade de saneamento em áreas de preservação ambiental

Proposta prevê destinação preferencial de recursos federais para saneamento em municípios localizados em unidades de conservação, com monitoramento de resultados e participação das comunidades locais.

Publicado em 10/11/2025 às 16:34
Deputada Socorro Neri, relatora do projeto de lei Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou proposta que estabelece prioridade na aplicação de recursos federais para serviços de saneamento básico — como abastecimento de água, tratamento de esgoto, manejo de resíduos e drenagem — em municípios situados dentro de unidades de conservação. A medida altera o marco legal do saneamento.

Atualmente, a legislação já prevê prioridade e simplificação do licenciamento ambiental para obras de saneamento, conforme o porte e o impacto das atividades, mas essa previsão se restringe à tramitação administrativa dos projetos. O novo projeto busca direcionar investimentos públicos a regiões ambientalmente vulneráveis, promovendo maior integração entre as políticas de saneamento e meio ambiente.

Segundo a proposta, os municípios beneficiados terão acesso preferencial a verbas para elaborar planos municipais de saneamento, remediar lixões e implementar programas de coleta seletiva. A priorização considerará critérios técnicos, como vulnerabilidade ambiental, capacidade financeira e urgência das necessidades locais.

O texto aprovado também determina que os resultados das ações sejam monitorados por indicadores de impacto ambiental e de saúde pública, com divulgação anual de relatórios. Além disso, a União deverá oferecer assistência técnica e capacitação aos municípios, incentivando a participação das comunidades locais na elaboração e execução dos planos.

A comissão aprovou o substitutivo da relatora, deputada Socorro Neri (PP-AC), ao Projeto de Lei 3025/24, de autoria do deputado Jadyel Alencar (Republicanos-PI). Socorro Neri defendeu o texto, destacando a inclusão da assistência técnica e capacitação como forma de garantir a execução eficiente dos projetos e estimular a participação das comunidades locais na formulação e monitoramento das políticas.

Próximos passos

A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada agora pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, o texto precisa ser aprovado pela Câmara e pelo Senado.