CONFRONTO POLÍTICO

Boulos critica megaoperação no Rio e Castro rebate com ofensa

Ministro acusa governadores bolsonaristas de 'demagogia com sangue'; governador do Rio responde e defende ação policial

Publicado em 10/11/2025 às 17:23
Boulos critica megaoperação no Rio e Castro rebate com ofensa Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, criticou neste sábado (8) a condução de operações policiais por governadores bolsonaristas, afirmando que fazem "demagogia com sangue ao tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido".

Boulos citou diretamente os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), além de outros aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As declarações ocorreram durante o lançamento do programa Governo na Rua, em Campo Limpo, zona sul de São Paulo, ao comentar a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio, considerada a mais letal da história do Estado.

"A gente acredita que o combate ao crime tem que ser feito da maneira correta, como a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, para pegar o peixe grande, não o bagrinho. O peixe grande está na Avenida Faria Lima, não na favela", afirmou o ministro.

Em resposta, durante a 56.ª Convenção da Confederação Israelita do Brasil, também em São Paulo, o governador Cláudio Castro reagiu chamando Boulos de "paspalhão". "Quem? Esse é um paspalhão. Vambora, próximo", disparou, ao ser questionado sobre as críticas.

Castro ainda defendeu a atuação das forças de segurança do Rio e classificou a ação como "o início de um movimento". "O que aconteceu no Rio não foi uma operação, foi o início de um movimento, onde os cidadãos desses Estados e do Brasil todo não aguentam mais essa criminalidade", afirmou.

Dias após a ação, que deixou 121 mortos, Castro anunciou ao lado de outros governadores a criação do "Consórcio da Paz", um consórcio de segurança pública para unir esforços no enfrentamento ao crime organizado. "Faremos um consórcio para que nós possamos dividir experiências, soluções e ações no combate ao crime organizado e na libertação do nosso povo", declarou.