POLÍTICA

Debate sobre segurança freia alta de Lula; desaprovação oscila para cima e é de 50%

Megaoperação policial no Rio reacende discussão sobre segurança pública, interrompe recuperação da popularidade do presidente e eleva desaprovação a 50%, segundo pesquisa Genial/Quaest.

Publicado em 12/11/2025 às 07:18
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva © telegram SputnikBrasil / Acessar o banco de imagens

A megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro reacendeu o debate sobre segurança pública no País e interrompeu a trajetória de recuperação da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (12), a desaprovação ao governo subiu de 49% para 50%, enquanto a aprovação recuou de 48% para 47%. Trata-se da primeira oscilação negativa nas avaliações desde maio.

Esses percentuais variaram dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Em outubro, a aprovação era de 48% e a desaprovação, de 49%. No início do ano, os índices estavam em 47% e 49%, respectivamente. Desde maio, quando o governo atingiu o pico de desaprovação, com 57%, os números vinham melhorando de forma gradual.

A pesquisa Quaest ouviu presencialmente 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais, entre os dias 6 e 9 de novembro, com nível de confiança de 95%. O levantamento foi realizado durante a repercussão da megaoperação no Rio, que deixou 121 mortos e se tornou a mais letal da história do Estado, reacendendo o debate sobre a política de segurança pública. A ação recebeu ampla aprovação popular: de acordo com a Quaest, 67% dos brasileiros disseram aprovar a operação, enquanto 25% a desaprovam.

O apoio às ações policiais e a intensificação do debate sobre segurança vieram acompanhados de uma piora na avaliação do governo. O percentual que considera a gestão de Lula positiva caiu de 33% para 31%, enquanto a avaliação negativa oscilou de 37% para 38%. Outros 28% avaliam o governo como regular.

As declarações do presidente Lula sobre o tema já enfrentavam ampla rejeição antes mesmo da operação. Durante viagem à Malásia, ao se encontrar com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o petista afirmou que "os traficantes também são vítimas dos usuários". Segundo a Quaest, 81% dos brasileiros discordam dessa frase, enquanto apenas 14% concordam e 5% não souberam responder. A resistência é ainda maior no Rio de Janeiro, onde 85% discordam. Neste caso, os dados são de outubro.

Na sequência, na última terça-feira (4), o presidente voltou a tratar do tema e classificou como "desastrosa" a ação da polícia no Rio. A nova declaração também foi mal recebida pela maioria da população: de acordo com a Quaest, 57% dos brasileiros discordam da afirmação de Lula, enquanto 38% concordam e 5% não souberam responder.

O desgaste do governo ocorre em um momento em que a segurança pública voltou a ocupar o centro das preocupações dos brasileiros. A violência é citada por 38% dos entrevistados como o principal problema do País, uma alta em relação a outubro, quando o índice era de 30%.