PF realiza novas buscas contra governador afastado de Tocantins por suspeita de obstrução
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em 24 endereços para investigar possível tentativa de atrapalhar investigações sobre corrupção e desvio de verbas na gestão de Wanderlei Barbosa
A Polícia Federal cumpriu, nesta quarta-feira (12), mandados de busca e apreensão em 24 endereços para aprofundar as investigações sobre suspeitas de obstrução da operação que resultou no afastamento do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos). O próprio Barbosa está entre os alvos das diligências. Até o momento, a defesa do governador não se manifestou sobre as ações.
Os mandados foram autorizados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e fazem parte da Operação Nêmesis. Os locais vistoriados pela PF estão situados em Palmas e Santa Tereza do Tocantins.
Em setembro, durante a segunda fase da Operação Fames-19 — que culminou no afastamento do governador —, a Polícia Federal identificou que investigados utilizaram veículos oficiais para retirar e transportar documentos e materiais de interesse, conduta que pode configurar o crime de embaraço a investigações de organização criminosa.
De acordo com a PF, as buscas realizadas nesta quarta-feira têm como objetivo evitar a destruição ou ocultação de provas e ativos, além de reunir novos elementos que possam contribuir para o esclarecimento dos fatos, inclusive em relação a suspeitos ainda não identificados.
Wanderlei Barbosa foi afastado do cargo por suspeita de corrupção e desvio de verbas destinadas à compra de cestas básicas durante a pandemia de covid-19. O governador nega qualquer irregularidade. A primeira-dama, Karynne Sotero Campos, e deputados da Assembleia Legislativa do Tocantins também estão entre os investigados.